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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai pedir ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que devolva seu passaporte para poder participar da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro de 2025. O documento está retido desde fevereiro quando ele foi alvo da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal.
“Se o Trump me convidar, vou peticionar ao TSE, ao STF. Agora, com todo o respeito, o homem mais forte do mundo... você acha que ele [Trump] vai convidar o Lula? Talvez protocolarmente. Quem vai convidar do Brasil? Talvez só eu. Ele [Moraes] vai falar não para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou ex. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex? Acha que vou para os Estados Unidos e vou ficar lá”, questionou Bolsonaro em entrevista publicada na Folha de S. Paulo nesta quinta (7).
A defesa de Bolsonaro teve, recentemente, dois pedidos negados para reaver o passaporte dele. No mês passado, a Primeira Turma do STF alegou que a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de estado segue em andamento e que “o desenrolar dos fatos já demonstrou a possibilidade de tentativa de evasão dos investigados”.
No entanto, Bolsonaro vê nessa investigação uma perseguição que não chega a resultado algum. Para ele, Moraes tenta incriminá-lo há dois anos sem conclusão.
“Há dois anos querendo me incriminar como golpista, vai à merda, porra. O cara está há dois anos com a mulher, tô desconfiando que está me traindo e tô há dois anos dormindo com ela. E tô investigando, me traiu, não me traiu... resolve essa parada logo, tenha altivez. Manda soltar esses coitados que estão presos a 17 anos de cadeia”, disparou defendendo a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Já no caso dele mesmo, afirmou que “a minha [anistia] tem um prazo certo para tomar certas decisões”.
Amizade com Trump
Bolsonaro ainda lembrou que um dos seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem uma “amizade enorme” com Trump, tanto que foi um dos 85 convidados para acompanhar a apuração dos votos na casa do empresário na Flórida.
E, por isso, acredita que seria naturalmente convidado para a posse em janeiro de 2025 em Washington. “Ele me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixonar por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar”, pontuou.
Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que a eleição de Trump nos Estados Unidos fortalece a direita no Brasil a pressionar por sua absolvição, e que o próprio norte-americano gostaria de vê-lo elegível de novo para concorrer à presidência em 2026.