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Inquérito do golpe

Bolsonaro é perseguido e pode recorrer à ONU se for denunciado, diz Flávio

Flávio e Jair Bolsonaro
Senador diz que o pai é perseguido pela "pessoa que já está na instância máxima do Judiciário". (Foto: Joedson Alves/EFE)

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça (3) que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é perseguido pela Justiça e que pode recorrer até mesmo ao Tribunal de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) se for efetivamente denunciado pela suposta tentativa de golpe de Estado.

Flávio afirmou que o tribunal da ONU é o “caminho razoável” por não ter mais outra instância judicial brasileira a recorrer.

“Quando a perseguição vem de uma pessoa que já está na instância máxima do Judiciário e você não tem a quem recorrer, não resta outra alternativa”, disse em entrevista à CNN Brasil.

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De acordo com o senador, quem irá definir a estratégia caso o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, ofereça denúncia será a defesa do pai. Mas, já adiantou que o recurso à ONU é possível e tem precedente.

“Existem diversos precedentes de pessoas que até revertem sua situação jurídica no país quando se constata a ilegalidade e quem julga é um juiz que está impedido de julgar essas causas. Em nenhuma democracia séria do mundo isso estaria sendo tolerado”, pontuou.

Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas na semana passada pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema que tentaria dar um golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022. Além do ex-presidente, também estão envolvidos ex-ministros, militares e aliados.

Entre os supostos planos descobertos pela autoridade para concretizar o golpe estaria até mesmo a execução do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que inclusive relata o caso na Corte.

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Na última sexta (29), o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, disparou que Moraes é “inimigo declarado” do ex-presidente, mas que trabalha para que haja um julgamento por “juízes imparciais, e não por desafetos pessoais”.

“Inimigo declarado do meu cliente. [...] Não estou fazendo aqui uma crítica ao ministro Moraes, mas essa é a realidade. Eu seria ingênuo de ignorar isso e hipócrita de negar isso”, afirmou à GloboNews.

Ele ainda ressaltou que Bolsonaro não tinha conhecimento de que haveria uma suposta tentativa de golpe de Estado e que muitos dos fatos que foram relatados no inquérito “são completamente distantes e desvinculados a ele”.

Ainda não há prazo para que Gonet termine a análise de todo o inquérito produzido pela Polícia Federal e ofereça denúncia à Justiça, mas uma força-tarefa foi montada na PGR para agilizar o processo.

Também há a expectativa de que, após o recebimento da denúncia, Moraes leve o caso para julgamento da Primeira Turma do STF em vez do plenário da Corte. O colegiado é formado por ele com presidência de Cristiano Zanin e participação de Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. O caso pode ser levado ao plenário apenas se algum deles pedir destaque.

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