O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu em Dallas (Texas) o prêmio 'Personalidade do Ano' nesta quinta-feira à tarde (16), concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Após ser recebido com o apoio de brasileiros que moram nos Estados Unidos na quarta-feira (15), durante o almoço da premiação, o presidente Jair Bolsonaro voltou a reiterar seu total apreço pelos Estados Unidos e sua vontade de estreitar os laços entre os dois países.
Como havia feito em março, em visita a Washington, o presidente disse que os governos anteriores promoveram um afastamento deliberado em relação aos Estados Unidos e que tratavam o governo americano como “inimigo”. “O Brasil de hoje é amigo dos EUA, respeita os EUA e quer o povo americano e os empresários americanos ao nosso lado”.
O prêmio Personalidade do Ano inicialmente seria entregue em Nova York, mas o evento foi cancelado após pressão de comunidades locais e, principalmente, após as manifestações do prefeito da cidade, o democrata Bill de Blasio, que chegou a dizer que Bolsonaro é "um homem perigoso". Após as declarações, Bolsonaro desistiu de viajar à cidade. Durante a 'novela', o vice brasileiro, general Mourão, e o presidente da Câmara saíram em defesa do presidente.
Bolsonaro bate continência à bandeira americana
Bolsonaro agradeceu a homenagem dizendo que era uma “Felicidade ímpar receber um presente como esse”. Mais uma vez reiterando a simpatia e apreço que tem pelos Estados Unidos, Jair Bolsonaro bateu continência à bandeira americana e disse que o gesto é uma forma de demonstrar o “profundo respeito a esse povo e a essa nação”.
Durante o discurso, Bolsonaro homenageou o capitão americano Charles Chandler, assassinado em São Paulo, em 1968. Sem citar nomes disse que “quem até há pouco ocupava o governo, teve sua história, suas mãos manchadas de sangue na luta armada. Matando inclusive um capitão, como eu sou capitão, naqueles anos tristes que tivemos lá no passado. Até rendo homenagem aqui ao capitão Charles Chandler, também um herói americano”.
Pompeo e erro de slogan
O almoço contou com a presença de 100 pessoas, entre eles, muitos empresários americanos e os cinco ministros brasileiros que fazem parte da comitiva presidencial em Dallas. Antes do almoço começar, o ministro da economia, Paulo Guedes, teve reuniões com empresários da AT&T, segunda maior empresa de telefonia celular em número de clientes nos Estados Unidos, e da ExxonMobil, uma das gigantes na área do petróleo.
Alexandre Bettanio, presidente da Câmara de Comércio viajou de Nova York a Dallas para entregar o prêmio. Além de Bolsonaro, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, também foi homenageado. Ele é um dos homens de confiança de Donald Trump, mas não esteve presente e apenas enviou um representante e um vídeo de agradecimento.
“Os presidentes Trump e Bolsonaro estão tentando eliminar alguns obstáculos entre os países. Acho que o presidente Bolsonaro concorda comigo que os últimos meses têm sido fantásticos”, disse em vídeo.
Discurso de Bolsonaro na premiação Personalidade do Ano
Bolsonaro foi o último a discursar. Falou mais uma vez sobre a preocupação dos dois países em não deixar a Argentina virar uma nova Venezuela.
“Está indo para um caminho bastante complicado. Com problemas estruturais em seu país, o meu amigo [presidente argentino Mauricio] Macri enfrenta dificuldades e vê crescer a possibilidade de uma presidente última voltar ao poder”, referindo-se a possibilidade de Cristina Kirchner, candidata da esquerda, vencer as eleições.
No encerramento do discurso Bolsonaro brincou dizendo que mais uma vez usaria seu chavão. Na primeira parte do slogan fez uma adaptação sem erros “Brasil e Estados Unidos acima de tudo”. Mas na segunda parte do bordão falou “Brasil acima de todos” no lugar de “Deus acima de todos”.
Ainda vou a Nova York!
Agradecendo a recepção em Dallas, Bolsonaro evitou entrar em nova polêmica com o prefeito nova-iorquino. “Eu não posso ir na casa de uma pessoa em que alguém da sua família não me queira bem” declarou. Apesar disso, em setembro o presidente do Brasil deve ir à cidade para a Conferência da ONU.
Em Dallas, contudo, também houve protestos. Um grupo de 30 pessoas esteve do lado de fora do evento com cartazes em português em inglês. “Ele não”, “Texas contra Bolsonaro” e “Professores brasileiros contra a ignorância” eram algumas das mensagens que se liam entre as bandeiras do movimento LGBT.
Um grupo menor de apoiadores do presidente também esteve no local, mas foi embora poucos minutos depois da comitiva presidencial entrar na sede da Organização World Affairs Council.
O voo de volta para Brasília que estava marcado para às 21 horas (23hs Brasil) foi antecipado para às 19 horas (21hs Brasil).
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