Principal articulador e cabo eleitoral do PL para as eleições municipais de 2024, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que o partido pretende conquistar mil prefeituras e que enfrenta um problema que todas as legendas gostariam de ter: “candidatos em excesso”.
Desde que voltou ao Brasil em março após um período nos Estados Unidos ao deixar a presidência da República, Bolsonaro passou a fazer parte dos quadros do PL como articulador e presidente de honra, e consultado sobre cada decisão do partido inclusive na orientação da bancada no Congresso.
Bolsonaro vê as eleições municipais de 2024 como uma barreira ao avanço da “esquerda” após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência no ano passado.
“Tem muito prefeito vindo para o nosso lado. No momento, estamos com um problema que todos os partidos gostariam de ter: candidatos em excesso. O que nós queremos é que a esquerda não ganhe mais municípios por aí”, disse em entrevista à Crusoé publicada neste final de semana.
Além da meta de eleger mil prefeitos na eleição do ano que vem, Bolsonaro vem trabalhando na articulação para a maior cidade do país, São Paulo, capital do estado governado pelo aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem diz ter uma relação sem qualquer problema.
O ex-presidente e o governador paulista tiveram um momento de tensão durante as discussões com os deputados do partido para a votação da reforma tributária, no começo do mês, em que disse que Tarcísio não teria “experiência política” para orientar no encaminhamento do voto. Dias depois, negaram rusgas e foram vistos rindo juntos após uma reunião.
“[A conversa em São Paulo] está bastante avançada com o Ricardo Nunes [atual prefeito]. Tem pesquisa dando ele com 56% de aprovação, embora eu não acredite muito em pesquisa. Ele é uma pessoa humilde, que tem trabalhado”, disse Bolsonaro.
Ele também está trabalhando para tentar emplacar o vice na chapa de Nunes para a eleição ao Edifício Matarazzo, sede do governo paulistano. Bolsonaro diz que já tem nomes colocados à mesa, mas que ainda não há nada definido.
“Não pode ser casamento arranjado. O vice tem que ser alguém que colabore com o nosso município. Então falta eu e o Nunes tomarmos algumas tubaínas juntos para marcar a data do casamento. O Valdemar já declarou amor, eu estou na iminência de fechar. Um namoro um pouco mais demorado é bem-vindo”, completou.
Já sobre a eleição seguinte, a sucessão presidencial, Bolsonaro disse: “eu costumo dizer que só estou morto quando estiver enterrado”.
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