O exame de Covid-19 realizado pelo presidente Jair Bolsonaro deu positivo, segundo informou o próprio presidente em entrevista nesta terça-feira (7). Na segunda-feira (6), ele havia tido febre de 38ºC, tosse, dores pelo corpo e indisposição – sintomas característicos da infecção por coronavírus – e fez o teste.
Na entrevista, Bolsonaro disse que cancelou viagens e que irá despachar por videoconferência para permanecer em isolamento. A entrevista, entretanto, foi concedida presencialmente aos jornalistas. O presidente estava de máscara. Segundo ele, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também foi testada para o vírus. O resultado do exame dela ainda não ficou pronto.
Na manhã desta terça, pouco antes da divulgação do resultado do exame, Bolsonaro afirmou à rede de televisão CNN que estava melhor do que na segunda-feira. "A febre baixou e estou me sentindo muito bem. Estou afim de trabalhar, estou me sentindo bem, tenho obra para inaugurar no país", disse. Ele também disse estar tomando hidroxicloroquina – medicamento que defende para o combate ao coronavírus, mas que não tem sua eficácia cientificamente comprovada.
Na segunda, após ter realizado exame de pulmão no Hospital das Forças Armadas, Bolsonaro parou para falar com apoiadores que o esperavam na entrada do Palácio da Alvorada. O presidente disse que estava "tudo bem" com ele. "Eu vim agora do hospital. Fiz uma 'chapa' de pulmão. Tá tudo limpo. Vou fazer exame do Covid agora, mas tá tudo bem", afirmou Bolsonaro.
Durante a conversa com os apoiadores no Alvorada, Bolsonaro manteve distância das demais pessoas e usava máscara. Ele também pediu que as pessoas não chegassem perto dele. "Não pode chegar muito perto não, tá. Recomendação para todo mundo." A um apoiador que pediu para tirar a máscara para tirar uma fotografia, o presidente primeiro concordou, mas depois disse ao homem que ele não havia autorizado. "Tirou porque quis", afirmou.
Contato com ministros, embaixador dos EUA e vice-governadora de SC
Na segunda-feira, antes de fazer exames, o presidente despachou durante todo o dia e, segundo a agenda oficial, esteve com seis ministros: Paulo Guedes (Economia), Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Levi Mello (Advocacia-Geral da União). A última agenda ocorreu às 16h40 com o secretário especial de Cultura, Mário Frias.
Vários ministros anunciaram que farão ou que já fizeram exame de coronavírus.
Recentemente, no sábado (4), o presidente também teve contato com pelo menos mais um ministro, Ernesto Araújo, das Relações Internacionais. Os dois participaram, na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, da comemoração pelo dia da independência norte-americana. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, esteve presente.
Bolsonaro teve contato, sem usar máscara, com o embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman, e com outras pessoas que estavam na embaixada. Chapman anunciou nesta terça que fará o teste da Covid-19.
Antes da visita à embaixada dos Estados Unidos, também no sábado, Bolsonaro viajou a Santa Catarina, onde sobrevoou áreas atingidas pelo ciclone-bomba da semana passada.
Também estava sem máscara e teve contato com várias autoridades, dentre elas a vice-governadora catarinense Daniela Reinehr, que cumprimentou o presidente com um aperto de mãos – gesto desaconselhado pelos médicos por causa do risco de infecção com coronavírus. A vice representava o governador Carlos Moisés, que não compareceu à visita presidencial porque contraiu Covid-19 e está em isolamento.
Bolsonaro já havia feito outros três exames de Covid-19
O exame realizado na segunda-feira (6) foi o quarto feito por Bolsonaro para detecção de Covid-19. Os demais haviam sido realizados em março e tinham dado negativo.
Na ocasião, os testes foram realizados após o presidente voltar de viagem oficial aos Estados Unidos, onde Bolsonaro se encontrou com Donald Trump. Pelo menos 23 integrantes da comitiva brasileira foram diagnosticadas com coronavírus após essa viagem.
A divulgação do resultado dos exames provocou polêmica. Embora tenha anunciado o resultado negativo desses testes, Bolsonaro se recusou a mostrar os laudos. O jornal O Estado de S.Paulo entrou na Justiça para ter acesso às informações. Após tramitar em várias instâncias, o Judiciário obrigou o presidente a tornar público os laudos, que comprovaram a versão do presidente.
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