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Suspeita

‘Se eu não tiver a cabeça no lugar, eu alopro’, diz Bolsonaro sobre investigação do caso Flávio

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta turistas no Palácio da Alvorada (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro convidou jornalistas para uma visita ao Palácio da Alvorada um dia depois de ofender repórteres na porta do local. Se na sexta-feira, 20, o presidente se exaltou ao ser questionado sobre a operação de busca e apreensão que teve como alvo seu filho mais velho, senador Flavio Bolsonaro (sem partido-RJ), neste sábado, 21, evitou elevar o tom de voz. Bolsonaro chegou a dizer que questionamentos sobre o processo não teriam réplica, mas acabou respondendo às demais perguntas.

Caso Flavio

Na conversa, em tom informal, Bolsonaro usava uma camiseta do Flamengo e afastava moscas com tapas no ar. Ele disse que a condução da investigação contra Flavio pelo Ministério Público do Rio "está sendo um abuso" e que, se teve um "estardalhaço enorme", pode ter sido por falta de materialidade do processo. "Todo poder deve ter uma forma de sofrer um controle", afirmou. "Se eu não tiver a cabeça no lugar, eu alopro".

Federalização do caso Marielle

O presidente também afirmou que "seria bom" federalizar as investigações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), mas que a medida seria "indicativo de que querem me blindar com a Polícia Federal".

Eleição em SP

Bolsonaro disse ainda não ter compromisso com ninguém na eleição para a prefeitura de São Paulo, mas afirmou ter boa relação e estar conversando com o apresentador José Luiz Datena. O presidente declarou que não prometeu apoio ao deputado federal Marco Feliciano a prefeito de São Paulo.

Aliança pelo Brasil

Bolsonaro voltou a afirmar que o partido Aliança pelo Brasil não deve sair papel a tempo das eleições municipais de 2020: "1% de chance". O presidente disse que defende candidaturas avulsas e que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concordou em pautar no próximo ano a discussão sobre o voto impresso.

Guedes 'Patrão'

Questionado sobre questões econômicas e criação de novos tributos, Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "é o patrão", mas que a determinação é não ter novos impostos, apenas substituir os que já existem. O presidente sinalizou que deseja estender faixa de isenção de imposto de renda para R$ 3 mil.

Provocação a jornalistas

Bolsonaro disse que se controla ao falar com jornalistas e que a mídia o "provoca" para ter manchete. Ele disse que reflete sobre algumas declarações e que se arrepende, em alguns casos. Bolsonaro comparou a relação com a imprensa ao futebol e comparou, em tom irônico: "É igual futebol: ali na frente, de vez em quando, você mande seu colega para a ponta da praia (base da Marinha que teria sido usado como local de tortura na ditadura militar). Depois vai tomar uma tubaína com ele", afirmou.

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Abraham Weintraub

Bolsonaro disse que Abraham Weintraub melhorou o Ministério da Educação ao assumir a pasta, mas revelou que fez cobranças sobre o comportamento espalhafatoso do ministro, como quando ele divulgou nas redes sociais um vídeo parodiando o filme "Cantando na Chuva" para dizer que estava "chovendo fake News". "Falta (a Weintraub) dar uma calibrada. Está fazendo uma de Bolsonaro quando deputado", disse Bolsonaro.

STF

O presidente revelou que considera um bom nome para indicar a uma vaga do Supremo Tribunal Federal (STF) o do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Também repetiu que o ministro da Advocacia Geral da União, Luiz Mendonça, é avaliado a outra vaga. Ele repetiu que pretende indicar um evangélico ao Supremo e disse que a ideia surgiu após a Corte decidir criminalizar a homofobia.

Juiz de Garantia

Bolsonaro disse que ainda está em avaliação o veto à criação do juiz de garantia no Pacote Anticrime. Segundo ele, o ministro da Justiça, Sergio Moro, pede para vetar o trecho, pois o custo seria elevado para contratação de novos magistrados. Já Bolsonaro sinalizou ser favorável à presença de um segundo juiz em alguns casos. Ele usou um caso pessoal como exemplo. " Fiquei chateado quando peguei multa, arquivada, R$ 10 mil, pelo Ibama do Rio. Fui multado 11h da manhã sendo que tinha meu dedo no painel de votação da Câmara", relatou Bolsonaro. Em seguida, ele disse que o mesmo fiscal avaliou o seu recurso sobre a multa e que um segundo "juiz" seria importante neste caso.

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