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Boné do MST virou grife entre artistas, diz marqueteiro de Lula

Plenária do MST
Sidônio Palmeira afirma que MST tem passado por uma reconstrução de marca para deixar de ser de "bandidos" e "invasores". (Foto: reprodução/X MST oficial)

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O publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral de 2022, afirmou que o boné vermelho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se tornou um acessório usado não mais apenas pelos integrantes do movimento.

Artistas passaram a utilizar o boné com a logomarca do MST com “orgulho”, diz, em uma espécie de “rebranding” (reconstrução de marca) do movimento marcado pelas invasões de terra e apoio histórico a Lula.

“Não são poucos hoje, não só pessoas do povo simples, mas artistas que têm orgulho de colocar esse boné”, disse durante uma palestra na Escola Nacional Florestan Fernandes, no interior de São Paulo, na última semana segundo acompanhou a Folha de São Paulo.

A palestra ocorreu durante uma plenária fechada com cerca de 300 pré-candidatos do movimento na cidade de Guararema. Também participaram do evento o publicitário Otávio Antunes, que foi o marqueteiro de Fernando Haddad na eleição presidencial de 2018; Paulo Okamoto, presidente da Fundação Perseu Abramo; e Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Durante a palestra, Sidônio Pereira reconheceu que o movimento é visto por algumas pessoas como “bandidos” e “invasores de terra”, mas que tem visto uma transformação para um “modelo de pessoas que têm orgulho de vestir o boné do MST”.

Segundo o próprio MST, entre os artistas que passaram a usar o boné vermelho do movimento estão os atores Lázaro Ramos e Aline Moraes; os cantores Chico Buarque, Beth Carvalho e Ana Cañas; a chef Paola Carossella, entre outros.

E não apenas entre artistas. O boné vermelho clássico com a insígnia do movimento – um casal de camponeses com um facão empunhado ao alto em meio ao mapa do Brasil – passou a ser usado também por jovens esquerdistas de classe média de todo o país.

“Você sabia que ao usar o boné do MST e outros símbolos e produtos de luta do Povo Sem Terra, também está apoiando a luta pela Reforma Agrária”, diz uma publicação do movimento nas redes sociais.

O boné é vendido a R$ 58,98 e acompanha etiquetas de certificação de autenticidade – “produto original”, diz.

Preparação para a eleição municipal

Segundo a apuração, o publicitário também orientou os pré-candidatos do movimento a participarem ativamente das redes sociais e na interação pessoal com possíveis eleitores, gravando vídeos e postando publicações. Para ele, este é um momento de “grande transformação” para segurar o avanço da direita nas próximas eleições.

“O povo precisa de um esclarecimento, assim, fácil de tudo. E vocês têm um papel nisso. Vocês podem ser eleitos conscientizando esse povo”, pontuou.

Essa tem sido a preocupação do PT e aliados já desde o ano passado, quando começaram a sinalizar a possibilidade de Lula se candidatar à reeleição em 2026 a partir de uma base de prefeitos já a partir desta eleição municipal.

Em meados de fevereiro deste ano, Gleisi também passou a ressaltar a importância de Lula concorrer à reeleição, afirmando que “não tem nenhuma liderança do centro, da centro-direita ou da direita clássica em condições de fazer essa disputa”.

As negociações para 2026, segundo Gleisi, passam necessariamente pelas eleições municipais deste ano, em que o PT quer levar os aliados junto para conseguir mais prefeituras.

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