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O general e ex-candidato a vice-presidente, Walter Souza Braga Netto, está entre os investigados da Operação Perfídia da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta terça-feira (12). A PF investiga supostas irregularidades na compra de 9.360 coletes balísticos pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, em 2018. Apesar de ser investigado, ele não foi alvo de mandados de busca e apreensão.
Segundo a investigação, o equipamento teria sido comprado com sobrepreço de R$ 4,6 milhões. Com a ação, a PF tenta requentar uma um caso que já havia sido esclarecido pelo próprio Gabinete de Intervenção Federal (GIF), que foi chefiado por Braga Netto. O GIF cancelou o processo de licitação ao identificar irregularidades. Braga Netto é pré-candidato para a prefeitura do Rio de Janeiro. Seus apoiadores dizem que a operação é uma tentativa sem fundamentos de atacá-lo.
Braga Netto foi nomeado interventor pelo então presidente da República, Michel Temer (MDB). O general teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
De acordo com comunicado da PF, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
“A investigação começou com a cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), na qual informa que a empresa estrangeira e o Governo celebraram contrato, por meio do Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro, com sobrepreço em coletes balísticos”, diz um trecho do comunicado.
A HSI teria descoberto as irregularidades ao investigar o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021. Os investigadores descobriram que a empresa responsável pelo fornecimento de logística militar para a derrubada de Moises, a CTU Security LLC, foi a mesma contratada pelo Gabinete de Intervenção do RJ com dispensa de licitação, em 31 de dezembro de 2018, último dia da intervenção.
Segundo a PF, ao todo, o contrato celebrado foi no valor de mais de US$ 9,4 milhões, o equivalente a mais de R$ 40,1 milhões no câmbio da época.
O valor acabou sendo estornado em 24 de setembro de 2019 após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“Além desta contratação, a Operação Perfídia investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel desse mercado no Brasil. Tais empresas possuem milhões em contratos públicos”, diz outro trecho do comunicado da PF.