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Nota conjunta

Ordem de prisão contra González dificulta solução pacífica na Venezuela, dizem Brasil e Colômbia

Brasil e Colômbia criticam ordem de prisão contra opositor de Maduro
Brasil e Colômbia divulgaram nota conjunta sobre a crise política da Venezuela. (Foto: Carlos Ortega/EFE. )

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Os governos do Brasil e da Colômbia manifestaram “profunda preocupação” com a ordem de prisão contra Edmundo González, principal opositor do ditador venezuelano Nicolás Maduro. Os dois países divulgaram, na noite desta terça-feira (3), uma nota conjunta sobre a crise política na Venezuela.

Brasil e Colômbia apontaram que a medida contra González “dificulta a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”. A crise política na Venezuela se aprofundou após as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, declarou a vitória de Maduro sem divulgar as atas de votação para referendar ou não o resultado do pleito. A oposição contestou o resultado e declarou a vitória de González.

No desdobramento mais recente, o Ministério Público da Venezuela, também dominado pelo chavismo, pediu a prisão contra o ex-candidato da oposição. Para Colômbia e Brasil, a ordem contra González “afeta gravemente” os compromissos assumidos por Maduro ao assinar o Acordo de Barbados com os Estados Unidos.

“Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência”, diz o comunicado conjunto.

Na ocasião, o governo norte-americano aliviaria os embargos econômicos a Caracas desde que o ditador realizasse eleições seguras e democráticas. No entanto, Maduro não cumpriu o acordo e parte das sanções foram retomadas. Além disso, os EUA reconheceram a vitória de González no pleito.

Lula defende novas eleições na Venezuela

Na semana passada, o presidente Lula (PT) voltou a defender novas eleições no país vizinho. “A oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas não tem prova. Estamos exigindo a prova. Ele [Maduro] tem direito de não gostar. Eu falei que era importante convocar novas eleições”, disse o mandatário brasileiro à Rádio MaisPB.

Nesta terça (3), o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais, afirmou que o Brasil não aceitará uma eventual prisão do opositor. “Seria uma prisão política, e não aceitamos presos políticos”, disse Amorim em entrevista à Reuters. O Brasil vem sendo cobrado por outros governos a adotar uma postura mais firme contra Maduro.

Veja a íntegra da nota conjunta de Brasil e Colômbia

"Determinação de apreensão de candidato presidencial na Venezuela

Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia de ontem, 2 de setembro.

Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência.

Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas".

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