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Queimadas no Brasil e na Venezuela são responsáveis por 65% dos focos na América do Sul
Queimadas no Brasil e na Venezuela são responsáveis por 65% dos focos na América do Sul| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil e a Venezuela são responsáveis por cerca de 65% dos focos de queimadas registrados na América do Sul nos primeiros seis meses de 2024. Cada país já soma aproximadamente 38 mil focos de queimadas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O Brasil ocupa o primeiro lugar dentre os países da América do Sul com 38.703 focos, enquanto a Venezuela soma 38.162. Em comparação com a primeira metade de 2023, o Brasil teve um aumento de 51% nas queimadas, enquanto a Venezuela registrou elevação de 81%. Confira a lista completa de países e focos de queimadas no final da matéria.

Somando os dados dos países da América do Sul, já houve 118.114 mil focos de queimadas em 2024. Esse é o quarto maior número já registrado na série histórica iniciada em 1998. Números mais altos foram verificados em 2003, 2020 e 2004, quando ocorreram, respectivamente, 129.419, 121.125 e 118.312 queimadas na região.

Para tentar conter os incêndios, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apostou na criação de uma sala de situação e estuda formas de punir os responsáveis pelas queimadas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a Polícia Federal está investigando 18 frentes de incêndio para identificar e punir os que forem criminosos.

Países no topo do ranking estão nas fronteiras com o Pantanal e a Amazônia brasileira 

A Venezuela, que figura no segundo lugar da lista dos países com maiores números de focos de queimadas, está na fronteira com os estados brasileiros de Roraima e do Amazonas, que fazem parte do bioma amazônico. A Colômbia, que também está na fronteira com o Brasil no estado do Amazonas, é o terceiro país com o maior número de queimadas – foram 12.360 focos.

No primeiro semestre de 2024, os incêndios na Amazônia bateram recorde e superaram registros dos últimos 20 anos. 

Em quarto e quinto lugar estão o Paraguai e a Bolívia, que estão na fronteira que corresponde ao bioma Pantanal no Brasil. O Pantanal teve o primeiro semestre com o maior número de incêndios em 26 anos. Em 2024 já foram registrados 3.919 focos no bioma. Sendo assim, o segundo ano do governo Lula superou a marca de 2.706 focos de queimadas registradas no primeiro semestre de 2020, no segundo ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Ações do governo tem foco no combate 

Dentre as ações anunciadas pelo governo Lula após o aumento das queimadas, em especial no Pantanal, estão a criação de uma sala de situação e a intensificação das punições para quem for identificado como responsável pelas queimadas. 

Apesar de vários recordes de queimadas terem sido registrados desde o começo do ano, a sala de situação do governo federal foi criada apenas no dia 14 de junho. Entre as medidas previstas estão a ampliação de recursos e simplificação do processo para contratação de brigadistas, equipamentos e aeronaves, entre outras.

Na prática, a administração federal afirma que cerca de 500 funcionários do governo federal atuam em campo, apoiados por nove aeronaves, incluindo quatro aviões lançadores de água air tractors do Ibama e do ICMBio, e um KC-390 da FAB, com capacidade para carregar 12 mil litros de água. De acordo com o boletim da sala de situação, divulgado no dia 28 de junho, outras cinco aeronaves das Forças Armadas estão em mobilização.

Além da sala de situação, um comitê passou a investigar as causas das queimadas e deve punir os responsáveis, já que, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, a maioria dos incêndios ocorre por ação humana. “A maior parte dos incêndios está acontecendo por ações dolosas ou culposas, e as investigações que estão sendo feitas vão nos mostrar o resultado de tudo isso”, afirmou Marina Silva, em entrevista coletiva após reunião na sede do Corpo de Bombeiros, em Corumbá (MS), realizada no dia 28 de junho.

A investigação é coordenada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública, que atua em um trabalho de inteligência focado nos incêndios criminosos. “A PF está fazendo a investigação, a maioria está localizada em propriedade privada. O que tem de concreto é que sabemos de onde saiu a propagação, trabalhamos com tecnologia avançada”, afirmou a ministra.

Confira a lista dos países e número de focos de queimadas registrados de 1º de janeiro a 7 de julho: 

Brasil – 38.703 

Venezuela – 38.162 

Colômbia - 12.360 

Paraguai – 8.336 

Bolívia - 7.688 

Argentina – 6.106 

Guiana - 2.309 

Chile - 2.093 

Peru - 1.278

Suriname - 668 

Equador – 321 

Uruguai – 79 

Guiana Francesa - 11

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