O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará a Bruxelas, se da União Europeia, na Bélgica, sem uma contraposta às exigências ambientais feitas pelos europeus para fechar um acordo comercial com o Mercosul.
O presidente brasileiro fracassou em sua intenção de fechar o acordo no primeiro semestre do ano e agora corre para tentar costurar uma resposta conjunta com Argentina, Paraguai e Uruguai para tentar salvar o acordo. Se for concretizado, ele pode abrir um mercado de cerca de R$ 500 bilhões em exportações para a União Europeia.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou nesta quinta-feira (13) que o governo brasileiro já tem uma proposta de resposta à side letter feita pela União Europeia referente acordo de livre comércio entre o bloco e o Mercosul. Side letter é o termo que foi dado às novas exigências feitas pelos europeus depois que uma versão inicial do acordo foi fechada no começo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O embaixador Philip Fox-Drummond Gough informou que o texto foi fechado nas últimas semanas mas ainda precisa passar pela chancela do vizinhos sul-americanos antes de ser enviado à Europa.
“A Casa Civil elaborou uma sugestão brasileira em resposta aos europeus e essa sugestão está pronta tecnicamente. A intenção é enviar esse novo texto nos próximos dias [ao Mercosul] para que então possa ser divulgada. Posso adiantar que nossa reposta vai ter um forte posicionamento na questão do desenvolvimento sustentável”, adiantou Philip.
O embaixador ainda revelou que o texto aguarda apenas o aval do presidente da república para ser enviado à Argentina, Paraguai e Uruguai, os demais membros do Mercosul.
Europeus colocaram mais barreiras ambientais para fechar acordo
A União Europeia e Mercosul negociam um acordo de livre comércio há mais de 20 anos. Em 2019, um documento finalmente foi fechado mas não foi ratificado pelos países europeus. Neste ano, em resposta ao texto fechado pelo bloco sul-americano, a União Europeia produziu a chamada side letter, onde fez uma série de novas exigências para que o acordo fosse de fato fechado. A maioria delas exige um grau mais elevado de preservação das florestas.
Neste momento, as negociações esperam uma resposta do Mercosul quanto às novas imposições feitas pela UE. Atual presidente rotativo do bloco, o presidente Lula fez críticas ao que ele chamou de “ameaças” feitas pelo bloco europeu.
Durante o evento desta quinta, o embaixador e diretor do Departamento de Política Econômica, Financeira e de Serviços do Ministério das Relações Exteriores ainda disse que a maior parte do que foi negociado em 2019 será mantido. A resposta à UE, portanto, deve ter novas propostas aos pontos que incomodam os países-membros do Mercosul.
Lula embarca para Bruxelas, na Bélgica, neste domingo (16) para participar da Cúpula da Celac e União Europeia. No evento, líderes de mais de 60 países se reúnem para discutir acordos biregionais. A negociação de livre comércio entre a UE e o Mercosul, no entanto, não deve ser a principal discussão de Lula no evento.
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