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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do governo Lula não está entre os signatários de uma declaração conjunta em que vários países da América Latina condenam “a prisão arbitrária” da advogada e ativista de direitos humanos, Rocío San Miguel, pela ditadura de Nicolás Maduro.
Divulgada nesta quinta-feira (15), a declaração é assinada por representantes dos ministérios das Relações Exteriores da Argentina, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai.
“Os governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai expressam sua profunda preocupação com a detenção arbitrária da ativista de direitos humanos Rocío San Miguel e fazem um apelo energético às autoridades venezuelanas para que a libertem imediatamente e retirem as acusações feitas. Da mesma forma, rejeitam as recentes medidas contra o Escritório Técnico de Assessoria do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Venezuela e exigem o pleno respeito aos direitos humanos, a vigência do estado de direito e a convocação de eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas sem proibições de qualquer tipo”, diz a declaração compartilhada pelos cinco países.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o Itamaraty para saber o motivo pelo qual o país não está entre os signatários da declaração, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O jornal também perguntou se há alguma medida diplomática em curso relacionada à prisão da advogada. A Gazeta permanece aberta para quaisquer esclarecimentos do MRE.
Na quarta-feira (14), o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, manifestou preocupação com a situação na Venezuela após a prisão da opositora de Nicolás Maduro. O chanceler disse que “qualquer prisão de natureza política preocupa”, destacando que o governo brasileiro apostou no diálogo para a próxima eleição do país.
Esta semana, Maduro também expulsou do país funcionários do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão foi tomada depois de Maduro assinar um pacto com os Estados Unidos para eleições limpas.
Vale lembrar que o presidente Lula (PT) é amigo e apoiador de Maduro e chegou a afirmar que se criaram “narrativas” contra o regime venezuelano. O petista também já afirmou que o conceito de democracia “é relativo” ao defender Maduro.
O ditador da Venezuela foi recebido por Lula com honras, em Brasília, no ano passado.