A Brasil Paralelo, empresa de mídia que, desde 2016, lança documentários desafiando perspectivas de mundo hegemônicas entre intelectuais brasileiros, foi outra a se manifestar sobre o requerimento de quebra de sigilo bancário apresentado na CPI da Covid-19 a sites de direita ou com viés conservador.
O pedido de quebra de sigilo foi apresentado pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE). O requerimento é um entre os 135 a serem apreciados na 38.ª reunião da CPI da Covid-19, marcada para 3 de agosto, na retomada dos trabalhos da comissão, que está em recesso.
A empresa publicou um vídeo em seu canal do YouTube e emitiu uma nota em que esclarece não ter nada a esconder e que disponibilizará tudo tão logo sejam notificados. "Tudo o que os políticos da CPI quiserem saber sobre nosso faturamento e origem de receitas será disponibilizado assim que formos notificados oficialmente", explica.
De acordo com o texto do requerimento protocolado na CPI na sexta-feira (30), as quebras de sigilo bancários devem, se aprovados, apresentar dados de todas as contas de depósitos, de poupança, de investimento e outros bens, assim como direitos e valores mantidos em instituições financeiras pela empresa, além de uma análise comparativa entre os períodos anterior e posterior à pandemia. Deve, ainda, trazer dados de pessoas naturais e jurídicas a ela ligada.
Empresa conta com programa de compliance e auditoria externa
Ainda na nota e em vídeo, a Brasil Paralelo informa que as contas da empresa são auditadas pela Ernst & Young e implantou um programa de compliance da Grant Thornton. Ao longo do posicionamento, não faltam alfinetadas ao pedido apresentado na CPI.
"Pagamos nossos impostos em dia para financiar essa estrutura estatal que agora — segundo consta — pode nos perseguir por não repetirmos a narrativa que lhe convém", informa a Brasil Paralelo. "Nossa luta é justamente para desmascarar os políticos corruptos, contra os quais não faltam denúncias. E caso esses mesmos políticos queiram nos investigar, não há problema, pois não temos o que temer", acrescenta.
A empresa ainda informa estar "ansiosa" para depor na CPI caso a investigação se confirme. "Nunca 'disseminamos desinformação'. Pelo contrário. Até hoje, ganhamos todos os processos contra quem nos fez essa acusação ou divulgou fake news contra nossa empresa", comunica a Brasil Paralelo.
"Talvez o espanto de alguns com o nosso sucesso seja explicado pelo fato de nos medirem pela sua própria régua", comenta. "Para eles, somente com dinheiro público, e atendendo a interesses políticos de quem está no poder, seria possível prosperar em um mercado como o nosso", complementa.
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