O Brasil teve 1.222 novos casos confirmados de coronavírus nas últimas 24 horas. O número é o maior para o intervalo de um dia desde o início da pandemia da covid-19. O recorde anterior, de 1.146 casos, foi registrado nas 24 horas anteriores, entre quinta (2) e sexta-feira (3).
As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde em entrevista coletiva concedida em Brasília neste sábado (4). A entrevista foi ministrada principalmente pelo secretário-executivo do Ministério, João Gabbardo. Questionado sobre a ausência do titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, Gabbardo citou que o ministro não estava presente porque a coletiva não contava com outros ministros - a partir desta semana, o Palácio do Planalto passou a incluir diferentes pastas nas prestações de informações sobre o coronavírus - e para que que o ministro pudesse "descansar um pouco".
O Ministério informou também que o Brasil tem, hoje, a oitava maior taxa de letalidade por conta do coronavírus em todo o mundo. No total, desde o início da pandemia, o país teve 10.278 casos, com 432 mortes. A barreira dos 10 mil casos foi quebrada neste sábado. Em número absoluto de óbitos, o país está na décima-sexta posição. Os EUA são os países em que há mais registros de coronavírus e a Itália é onde foram identificadas mais mortes, com 15.362 falecimentos.
Gabbardo disse que os números recordes diários de novos casos e de óbitos devem se repetir nos próximos dias, até que a propagação da doença atinja um grau de estabilidade. Ele também afirmou que o Ministério não trabalhará com uma projeção para o número de infectados ou mortos, diferentemente do que fez os EUA. O governo de Donald Trump estima que o país deve ter de 100 mil a 200 mil óbitos em virtude da covid-19.
O secretário também comentou a informação, divulgada ainda na manhã deste sábado, de que o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Ceará estariam próximos do estágio de "aceleração descontrolada" da doença. Ele minimizou o impacto do termo; disse que "aceleração descontrolada" é uma expressão técnica para se referir a um estágio em que a disseminação do vírus já não tem mais origem detectada.
Gabbardo foi questionado sobre a aceleração no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, que estiveram entre as primeiras localidades que promoveram medidas de isolamento. Segundo ele, a disseminação no Rio e em Brasília não indica uma ineficiência do isolamento, e sim um sinal de que, sem as restrições, o quadro nas regiões estaria ainda pior.
Também sobre o isolamento em cidades, Gabbardo declarou que o ministério identifica que a decisão sobre a restrição não deve levar em conta o tamanho do município, e sim a taxa de ocorrências da covid-19 nas localidades.
O secretário falou ainda sobre a realização de testes para a detecção da doença. Ele disse que os testes já em aplicação "podem dar muito falso negativo". E explicou que os 5 milhões de testes doados pela empresa Vale ao governo estão sendo inspecionados pelas autoridades de saúde para a comprovação de sua eficácia.
Gabbardo disse considerar positiva a retirada de impostos da hidroxicloroquina anunciada na manhã deste sábado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chefe do Executivo divulgou também a retirada de tributos da azitromicina e declarou que, nos próximos dias, a mesma medida valerá para o zinco e a vitamina D. "Todos usados no tratamento de pacientes portadores da COVID-19", postou Bolsonaro nas redes sociais.
Doações e recursos
Parte da entrevista coletiva foi utilizada por Gabbardo para desmentir fake news que, segundo ele, têm sido propagadas em nome do Ministério. Segundo o secretário, áudios são enviados por aplicativos de mensagens em que uma pessoa imita a voz do ministro Mandetta e pede doações em dinheiro para uma conta que seria do Ministério da Saúde. Gabbardo destacou que o Ministério não recebe doações em dinheiro. As doações de que o Ministério pode se beneficiar são de equipamentos. Os interessados devem contatar a pasta pelo email juntoscontracovid19@saude.gov.br.
Ainda sobre recursos, Gabbardo destacou que a pandemia tem proporcionado um quadro de hospitais com menor ocupação pelo país. Os brasileiros, segundo o secretário, têm seguido as orientações de permanecer em casa e com isso procuram menos as unidades de saúde. Isso fez com que hospitais pedissem ao Ministério que não sejam remunerados pelo total de pacientes que receberam nas últimas semanas, e sim por uma média histórica. Gabbardo declarou que a pasta concordou com a demanda por entender que a covid-19 deve levar a um pico de internação em breve, e por isso os recursos serão necessários.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF