O Brasil reforçou nesta sexta-feira (14) que considera Taiwan como “parte inseparável do território chinês”. Após o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Xi Jinping, o Itamaraty divulgou uma nota conjunta sobre a viagem oficial.
“A parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de uma só China, e que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês”, diz a nota sobre o tema.
“Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito”, ressaltou o documento.
O posicionamento do Brasil com relação a Taiwan não é algo inédito. “Os governos [brasileiros], que desde 1974 reconhece a China, sempre concordaram com o princípio de uma única China, não é nenhuma surpresa [a manifestação do governo Lula]. Não tem nada de diferente”, apontou Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, mestre em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
Ele ressaltou que diversos países do mundo ao estabelecer relações com a China, reconhecem “a política de uma só China, porque a China não admite que um país que tenha relações com ela, tenha também relações com Taiwan”. “Não é diferente [do que ocorre] com os Estados Unidos, só que os Estados Unidos tem uma posição ambígua”, disse Gomes Filhos sobre a relação entre EUA com Taiwan e China.
O Partido Comunista da China reivindica o controle sob Taiwan, que passou a ser uma democracia na década de 1990. O líder chinês Xi Jinping já afirmou que pretende realizar a “reunificação” do território da ilha. Além disso, Taiwan é uma das maiores fontes de conflito entre China e Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas da ilha e seria seu maior aliado militar no caso de uma guerra com a China.
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