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O Brasil terá neste ano a maior comitiva já enviada a uma Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC). Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 2,4 mil brasileiros se inscreveram para participar da cúpula em Dubai, dos quais cerca de 400 são do governo. Também conhecida como conferência do clima da ONU, a COP 28 será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A comitiva do governo brasileiro terá pelo menos 12 ministros de estado, dentre eles a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também estará em viagem e deve participar do evento entre 30 de novembro e 3 de dezembro. A comitiva brasileira será formada ainda por empresários, cientistas, ativistas e políticos.
Diante da maior comitiva da história em uma COP, o embaixador André Aranha, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, afirmou, durante coletiva de imprensa no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que será feito um esforço para acomodar o máximo de pessoas possíveis. "Eu participei de algumas COPs anos atrás. Havia uma cultura de que a delegação do Brasil atendia todos os brasileiros que quisessem fazer parte. Antes a delegação do governo tinha mais pessoas de fora do governo do que de dentro do governo. Como vocês sabem, eu acho o máximo o Brasil integrar todo mundo. Quando se tem o empresariado entendendo como o Brasil está, é algo que ajuda imensamente. Que seja o empresariado, os cientistas, o governo local", disse o embaixador.
Participação do Brasil na COP 28 mira protagonismo em questões ambientais
O protagonismo em questões ambientais está no foco central da participação do Brasil na COP 28. Ao assumir o governo, o presidente Lula destacou a sua intenção de assumir uma posição de referência nos debates sobre o meio ambiente e as mudanças climáticas e reforçou seus compromissos ao escolher a ministra Marina Silva para assumir o Ministério do Meio Ambiente.
“Vamos para a COP com o compromisso de permitir o aumento máximo de 1,5ºC, nem um ponto a mais, na temperatura da Terra. Um compromisso de recursos para agenda de reparação de perdas e danos. Compromisso com uma transição energética justa, olhando para países em desenvolvimento”, antecipou a ministra em reunião realizada com o presidente Lula na última quarta-feira (22).
Em nota, o governo brasileiro afirma ainda que o país está “comprometido a liderar pelo exemplo, a começar pela apresentação dos resultados positivos na redução do desmatamento na Amazônia, que caiu 49,5% nos dez meses de 2023 na comparação com o mesmo período do ano anterior”. A nota afirma ainda que o Brasil tem foco na redução das emissões de gases de efeito estufa, ao diminuir o desmatamento, além de já ter a matriz energética com 48% de fontes renováveis.
“Nosso foco será levar o que a ciência está dizendo. Como um país em desenvolvimento pode trilhar vários caminhos diferentes na tentativa para mudar os efeitos climáticos, explicou o embaixador André Corrêa do Lago em coletiva à imprensa sobre a COP 28.