Mais da metade dos brasileiros acredita que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear o acesso à rede social X no Brasil teve mais motivação política do que técnica por conta da legislação. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta quarta (4) pela Atlas Intel sobre a percepção da determinação do magistrado.
O levantamento aponta que 56,5% dos entrevistados enxergam uma motivação política na suspensão da rede social no país, enquanto que 41,7% acreditam que a decisão foi técnica.
A Atlas Intel ouviu 1.617 pessoas entre os dias 3 e 4 de setembro nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
Moraes ordenou o bloqueio do X no dia 30 de agosto após o empresário Elon Musk se recusar a nomear um representante legal para responder pela empresa no Brasil. Segundo o Moraes, a rede social buscou escapar da jurisdição brasileira com o objetivo de evitar o cumprimento de ordens judiciais.
A decisão gerou um amplo debate sobre os limites da ação do Judiciário e a liberdade de acesso à informação, e levou deputados da oposição a lançarem um manifesto contra a decisão de Moraes. Eles farão uma campanha durante o protesto do dia 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo, para o impeachment do ministro.
A pesquisa também revelou que a maioria dos entrevistados (64,5%) considerou como abusiva a imposição de uma multa de R$ 50 mil a quem tentar acessar a rede social por meio de uma VPN (rede privada virtual). Apenas 34,7% concordam com a punição.
Apesar da percepção majoritária de que houve uma motivação política e de que a multa é abusiva, os entrevistados mostraram opiniões divididas em relação ao bloqueio em si. A pesquisa revela um empate técnico: 50,9% discordam do ato de bloquear o X, enquanto 48,1% concordam com a medida, dentro da margem de erro.
A Atlas Intel também abordou o bloqueio das contas da Starlink, outra empresa de Elon Musk, relacionada à operação de internet via satélite. Mais da metade dos brasileiros (55,1%) considera a decisão como um abuso de poder, enquanto 44% o veem como uma medida justificável, especialmente no contexto das multas aplicadas pelo STF ao X.
Musk tem imagem positiva entre brasileiros
A pesquisa ainda indica que, apesar das críticas ao bloqueio, Musk mantém uma imagem positiva para 52,8% dos brasileiros, enquanto 43,9% têm uma visão negativa sobre o empresário. Quando questionados se Musk estaria usando o X para manipular a opinião pública em favor de forças políticas que ele apoia, 54,3% dos entrevistados negam essa possibilidade, enquanto 41,8% acreditam que sim.
Quanto ao uso da rede social antes do bloqueio, 28,6% dos respondentes afirmaram que utilizavam o X regularmente, enquanto 71,4% disseram não ser usuários da plataforma. Desde o bloqueio, apenas 5,6% continuam acessando a rede por meio de VPNs, enquanto a grande maioria, 94,4%, parou de utilizar a plataforma.
Impacto de decisões do STF
O levantamento da Atlas Intel também apurou a percepção dos brasileiros sobre os impactos das decisões judiciais no país – principalmente das de Moraes. Para 52,4% dos entrevistados, o Brasil terá mais a perder caso o X e a Starlink deixem de operar no país devido aos processos em andamento.
Em contrapartida, 43,1% acreditam que o país teria mais a ganhar com essa interrupção. Além disso, 54,4% avaliam que as decisões do STF contra o X enfraquecem a democracia, enquanto 44,9% acreditam que elas fortalecem o regime democrático brasileiro.
Em meio a esse cenário de tensão, metade dos brasileiros (49,7%) apoia Alexandre de Moraes no embate com Elon Musk, enquanto 43,9% defendem o bilionário sul-africano. Um pequeno percentual de 5,4% não escolheu lado.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião