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Pandemia

Brasileiros retidos em Cuba dizem sofrer descaso de companhias aéreas

Grupo de brasileiros está impedido de deixar Cuba por causa do cancelamento de voos comerciais.
Grupo de brasileiros está impedido de deixar Cuba por causa do cancelamento de voos comerciais. (Foto: Pixabay)

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Cerca de 30 brasileiros que estão em Cuba tentam retornar ao Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus, mas sofrem com a falta de informação das companhias aéreas e não têm perspectiva de volta. Embora os aeroportos continuem abertos, as empresas cancelaram voos, impossibilitando a saída do país.

Entre os brasileiros, há um casal de médicos de Curitiba, Valter Abelardino e Vera Pilotto, ambos com 65 anos, que foram a Cuba a turismo no dia 9 de março. "Naquele momento, não havia casos de coronavírus aqui. Apenas as medidas sanitárias já vinham sendo adotadas pelo governo e, com o uso de máscaras e hipoclorito nos espaços coletivos, cumprimos todo o trajeto turístico sem problemas", contou Abelardino à Gazeta do Povo.

O voo de retorno, no entanto, previsto para o dia 20 de março, foi cancelado pela companhia Latam. "Não havia mais atendimento pessoal da Latam no aeroporto. Tinha apenas um bilhete para nos dirigirmos a uma agência parceira, que nos disse que as fronteiras já estavam fechadas e as previsões de voo eram para 1º de abril, apenas", diz.

Segundo o casal, o consulado brasileiro em Havana e o Itamaraty têm atendido ao grupo, sobretudo, àqueles que precisam de remédios contínuos. Há idosos e gestantes entre os brasileiros em Cuba e, de acordo com o médico, muitos estão "apenas com café da manhã, com pouca água e sem dinheiro".

A companhia aérea, no entanto, não respondeu às solicitações e ao cadastramento de formulários. "Toda a burocracia de deixar e-mails e preencher formulários não vale para nada. Por aqui, nem o consulado consegue contato com a Latam", informou Abelardino.

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Voo fretado

No domingo (29), a embaixada brasileira em Quito anunciou que fretará um avião para trazer os brasileiros retidos no Equador. São 160 pessoas, ao todo. "Após exaustivas gestões do governo federal, foi possível fretar uma aeronave da Gol para a repatriação dos 160 nacionais e estrangeiros residentes no Brasil, que procuraram a embaixada por estarem retidos em território equatoriano devido às medidas de segurança adotadas em face da pandemia do novo coronavírus", informou a embaixada.

Não há, porém, informação oficial quanto à mesma possibilidade para os brasileiros isolados em Cuba. Segundo Abelardino, o consulado chegou a simular um voo fretado que sairia do país rumo a Manaus (AM) pelo preço de US$ 150 mil.

Procurado, o Itamaraty informou que, com o apoio da Anac e do Ministério do Turismo, está atuando para possibilitar o retorno, até o dia 26 de março, de mais de 8.600 brasileiros ao redor do mundo.

"Temos notícia de 6.960 nacionais residentes no Brasil e ainda retidos no exterior, em 80 países. Trata-se de lista dinâmica, com evolução constante", disse. O órgão não informou a possibilidade de fretar um voo para os brasileiros em Cuba.

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