Grupo de 34 brasileiros já está na fronteira de Gaza com o Egito para atravessar a fronteira e ser repatriado para o Brasil.| Foto: Haitham Imad/EFE
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O grupo de 34 brasileiros e parentes diretos que pediram ajuda ao governo para serem repatriados já estão na cidade de Rafah, ao Sul da Faixa de Gaza, desde o início da manhã desta sexta (10), aguardando o governo do Egito abrir a fronteira e liberar a passagem. No entanto, por volta das 10h30, o posto de controle foi totalmente fechado pelo governo egípcio e não há prazo mais no dia para a saída dos cidadãos.

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Os nomes foram incluídos por Israel na noite de quinta (9) na sétima lista de estrangeiros autorizados a deixarem o país, após um mês de intensas negociações e pedidos da chancelaria brasileira. Eles sairão de Gaza junto de aproximadamente 600 cidadãos dos Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Romênia, Rússia, Alemanha, China, Nova Zelândia, Albânia, Holanda, Malásia, Polônia e Indonésia.

A inclusão dos nomes dos brasileiros e parentes diretos na lista começou a circular nas redes sociais dos cidadãos no final da noite de quinta (9), como a do comerciante Hasan Rabee. Ele postou uma mensagem que dizia “saiu a lista dos brasileiros, vamos para casa”.

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“Nós estamos na fronteira esperando a abertura para a viagem”, postou o comerciante nesta manhã em frente ao posto de controle da Autoridade Palestina em Rafah. Até então, ele estava abrigado com a família na cidade de Khan Younis, e foi transportado até a fronteira em um ônibus fretado pelo governo brasileiro.

Inicialmente, uma palestina havia sido deixada de fora da lista, a avó da brasileira Shahed al-Banna, por um erro burocrático que foi corrigido ainda pela manhã.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil havia confirmado a possibilidade dos brasileiros atravessarem a fronteira ainda nesta sexta (10), e disse que o “grupo de brasileiros e familiares que estava retido em Gaza já se encontra no posto fronteiriço de Rafah, desde as 7 da manhã, hora local (2 no horário de Brasília), à espera de chamada para os trâmites  necessários para a entrada no Egito, e posterior repatriação para o Brasil”.

O resgate dos brasileiros e parentes após a passagem de Gaza para o Egito pode ocorrer através do aeroporto da cidade egípcia de Al Arish, a 54 quilômetros de distância da fronteira -- o que será confirmado apenas após a travessia. Um grupo de diplomatas brasileiros irá recebê-los.

O avião presidencial que fará a repatriação dos cidadãos segue no Cairo, capital egípcia, aguardando autorização para voar a Al Arish para fazer o resgate. Uma médica oficial da Aeronáutica irá acompanhá-los durante toda a viagem. As primeiras informações apontam que a aeronave fará escalas em Roma, Las Palmas e Recife até chegar em Brasília.

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O governo brasileiro informou que o pouso no Brasil está prevista para domingo (12) e que fará uma operação de acolhimento, com documentação, abrigo e alimentação, além de uma possível inclusão em programas assistenciais como Bolsa Família. Uma força-tarefa será mobilizada no aeroporto para os trâmites burocráticos, além da presença de médicos, psicólogos e um posto de imunização para fazer o atendimento imediato.

A passagem pela fronteira depende da autorização do governo egípcio para abrir os portões do posto de controle de Rafah. Nos últimos dias, o local tem sido aberto e fechado com frequência, principalmente após surgir uma denúncia de que militantes do grupo terrorista Hamas estavam se aproveitando de ambulâncias para fugirem de Gaza entre os refugiados.

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Inclusão de brasileiros ocorreu após intensas negociações

A garantia para a saída dos brasileiros de Gaza foi dada ao ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, ainda na quinta (9) após um dia inteiro de intensas negociações. Ele conversou com o chanceler israelense, Eli Cohen, que “assegurou” a inclusão dos nomes na lista desta sexta (10).

“Inclusão dos brasileiros na lista de hoje [sexta, 10] de Rafah foi informada ao Ministro Mauro Vieira pelo chanceler de Israel, Eli Cohen, na tarde de ontem [quinta, 9]. Foi o quarto telefonema entre os Ministros desde os atentados de 7/10”, disse o Itamaraty em uma postagem nas redes sociais durante a madrugada.

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Cohen disse a Vieira que a primeira garantia dada ao governo brasileiro nesta semana, de que os nomes seriam incluídos na lista na quarta (8) não foi cumprida por conta dos “fechamentos inesperados da fronteira”.

Desde que a primeira lista com a autorização de saída foi divulgada no dia 1º de novembro, com quase 500 nomes, Vieira negocia o retorno de brasileiros com o chanceler israelense e com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry. O conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas teve início no dia 7 de outubro.

Ao todo, mais de 4 mil cidadãos de 33 países já haviam recebido a permissão para deixar Gaza, o que causou estranheza ao governo brasileiro por já ter montada toda a estrutura necessária para o resgate. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisou intervir nas negociações, conversando diretamente com chefes de Estado de outras nações para intermediar nas negociações com Israel para a liberação dos cidadãos.

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