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Em uma entrevista concedida ao canal americano NBC no último sábado (4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a culpa das depredações nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro a seus rivais da esquerda. Ele argumentou que, durante os quatro anos de seu governo, os simpatizantes de direita sempre se manifestaram de forma pacífica. "Jamais o nosso pessoal faria o que foi feito. Cada vez mais temos a certeza de que foram pessoas de esquerda que programaram aquilo tudo. Não temos nada a temer", reforçou Bolsonaro.
Ele também ressaltou que não era mais presidente e estava fora do Brasil durante os atos em Brasília.
Bolsonaro indicou na entrevista que sua tese deverá ser confirmada pelas investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), proposta pelo deputado André Fernandes (PL-CE) e que poderá ser instalada na próxima sessão do Congresso Nacional. Ele enfatizou que ele e seus aliados desejam "apurar" os episódios, ao contrário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estaria "impedindo".
O ex-presidente informou que pretende retornar ao Brasil ainda este mês e enfrentará acusações, mas ressaltou que não responde a nenhum processo. "Não fui citado em absolutamente nada", afirmou. O inquérito no qual Bolsonaro será investigado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) enfoca os "autores intelectuais" e os responsáveis por instigar os manifestantes a invadirem o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde o fim do ano passado, participou no sábado (3) como palestrante da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC), maior evento de direita do mundo, nos arredores de Washington.