Advogado responsável pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin comentou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que ampliou a pena de Lula no caso do sítio de Atibaia para 17 anos de prisão. Em coletiva após o julgamento, voltou a afirmar que o caso é resultado de perseguição política contra Lula e acusou o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, de “coordenar a acusação”. "O juiz induziu o sistema judiciário ao erro e o material aqui analisado é fundamentalmente conduzido por Sergio Moro", disse.
Para Zanin, a sentença do TRF4 fere a decisão do Supremo Tribunal Federal em que delatados devem ser ouvidos após acusações de delatores. "Os votos fundamentalmente fizeram referência a depoimentos de delatores", reclamou o advogado. Zanin argumentou também que o STF acolheu recurso para definir que a análise das delações de executivos da Odebrecht no caso do sítio de Atibaia deve ser feita pela justiça federal de são Paulo.
“O Supremo reconheceu que a Justiça Federal de Curitiba e, consequentemente, o TRF4 não tinham competência para analisar esse caso”, disse. “Nosso foco não é dosimetria da pena. É que o [ex-]presidente não praticou nenhum crime”, afirmou. Disse ainda que a defesa foi privada de acesso a supostas conversas entre procuradores e Moro, vazadas à imprensa e apreendidas pela Polícia Federal.