Um grupo de 1.143 advogados de todo o Brasil divulgou uma nota de repúdio afirmando que "a advocacia brasileira não glamouriza o crime, o criminoso, a injustiça, a impunidade e a corrupção”. O estopim para essa manifestação foram declarações polêmicas de dois criminalistas do grupo Prerrogativas, que promoveu um jantar no mês passado em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O advogado Alberto Toron disse no evento que "Lula é o símbolo mais elevado da Justiça”. Já o advogado Antonio Claudio Mariz afirmou que “se o crime já aconteceu, o que adianta punir, que se puna, mas que não se ache que a punição irá combater a corrupção”. O ex-presidente foi condenado na Operação Lava Jato, chegou a ficar preso por 580 dias, mas foi solto após o Supremo Tribunal Federal ter mudado o entendimento sobre prisão após segunda instância. Posteriormente, o STF anulou as condenações de Lula.
“A maioria dos bons advogados primam pela correção de atitudes, pela ética, pela moralidade, respeito às leis e a justiça. A fala de um advogado ao dizer que Lula é o símbolo mais elevado da Justiça configura-se uma afronta ao bom senso e tem como condão criar uma fantasia absurda. Tal afirmativa não se sustenta perante seus pares de profissão e nem ao crivo da crítica da sociedade que não se deixa enganar com falsa verdade", disseram os signatários da nota, que repudiaram ainda a impressão dada por Mariz de que todo o conjunto da advocacia brasileira estará ao lado de Lula nas eleições de outubro, o que, segundo o grupo, não é verdade.