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O deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG), divulgou uma carta aberta nesta quarta-feira (22) onde critica o “silêncio constrangedor” do PSDB sobre a saída de um de seus fundadores, o também ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
No comunicado, o parlamentar afirma que o silêncio das lideranças do PSDB sobre o episódio diminui a história da legenda e não honra a trajetória da sigla. “A história do nosso partido não começou ontem. Temos uma longa trajetória de lutas e conquistas em favor do Brasil, e Geraldo esteve presente em todas elas”, diz Neves, afirmando ainda que o PSDB tem uma dívida de reconhecimento e gratidão com o ex-governador paulista.
“Insisto: o silêncio de nossos líderes, especialmente alguns de São Paulo, que trabalharam a seu lado ou dele receberam decisivo apoio em suas trajetórias, atualizam, lamentavelmente, a velha máxima, segundo a qual, na política, o dia da gratidão é a antevéspera da traição, ou, como diria Leonel Brizola: “a política ama a traição, mas abomina o traidor”, finalizou Neves.
Confira abaixo a íntegra da carta:
Silêncio constrangedor!
Conversei recentemente com o ex-governador Geraldo Alckmin e considero incompreensível o silêncio do PSDB sobre a sua eminente saída do nosso partido.
Eu o conheci quando chegamos, em 1987, para a Assembleia Nacional Constituinte, apresentado pelo então Senador Mário Covas.
Desde a fundação do PSDB, em 1988, Geraldo nos representou com firmeza e dedicação em vários momentos históricos.
O silêncio de muitas das nossas lideranças, testemunhas da lealdade e generosidade do ex-governador, diminui o PSDB e não honra a nossa trajetória.
A história do nosso partido não começou ontem. Temos uma longa trajetória de lutas e conquistas em favor do Brasil, e Geraldo esteve presente em todas elas.
O PSDB tem com ele uma dívida de reconhecimento e gratidão.
Os valores e o significado do nosso partido não podem se submeter à força de uma máquina administrativa ou de projetos pessoais que nada têm a ver com nossa história.
Insisto: o silêncio de nossos líderes, especialmente alguns de São Paulo, que trabalharam a seu lado ou dele receberam decisivo apoio em suas trajetórias, atualizam, lamentavelmente, a velha máxima, segundo a qual, na política, o dia da gratidão é a antevéspera da traição, ou, como diria Leonel Brizola: “a política ama a traição, mas abomina o traidor.”
Ao governador Geraldo Alckmin, meu respeito e minha solidariedade.
Aécio Neves