João Amoêdo afirmou que nos últimos anos o partido Novo foi desfigurado e se afastou dos seus ideais originais.
João Amoêdo afirmou que nos últimos anos o partido Novo foi desfigurado e se afastou dos seus ideais originais.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O empresário João Amoêdo anunciou nesta sexta-feira (25) sua desfiliação do partido Novo, legenda que ajudou a fundar e pela qual foi candidato à presidência da República em 2018. A decisão acontece cerca de um mês após Amoêdo ter sua filiação suspensa pela sigla depois de declarar apoio ao presidente eleito Lula (PT) nas eleições deste ano.

“Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010. Deixo um agradecimento especial a todos que fizeram parte desse time que com dedicação, humildade e determinação transformaram em realidade algo que parecia ser impossível. Infelizmente, o NOVO, fundado em 2011 e pelo qual trabalhamos por mais de 10 anos, não existe mais”, criticou Amoêdo em comunicado nas redes sociais.

Segundo ele, nos últimos anos o partido foi “desfigurado” e se afastou dos seus ideais originais. “Ao longo dos últimos 33 meses, sob a atual gestão, o NOVO foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política. O NOVO atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia”, afirmou o empresário.

De acordo com Amoêdo, mesmo com o péssimo desempenho eleitoral neste ano, o Novo continua sem esboçar qualquer iniciativa de mudança. “O partido, mesmo com o péssimo desempenho eleitoral, com a perda de milhares de filiados, a saída de inúmeros dirigentes, não esboça qualquer sinal de retomar o caminho original. Ao contrário, a direção da instituição prefere ignorar as evidências, busca silenciar as vozes divergentes, transfere responsabilidades e segue prometendo que “agora será diferente”. Esse NOVO, definitivamente, não me representa”, declarou. “Neste cenário, seria incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”, concluiu.