O assessor da Presidência para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, disse ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que Rússia e Ucrânia devem considerar concessões para chegar a um acordo de paz. Amorim se reuniu com Zelensky nesta quarta-feira (10) e com outras autoridades ucranianas.
“Não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões”, afirmou o ex-chanceler em entrevista ao jornal O Globo. Amorim disse que explicou ao líder ucraniano o plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para formar uma espécie de clube da paz com outros países.
Ele foi até a Ucrânia para tentar conter a crise causada por declarações de Lula. O mandatário brasileiro afirmou que a Ucrânia seria tão culpada quanto a Rússia pela guerra. Lula também acusou os Estados Unidos e a União Europeia de fomentar o conflito. Em fevereiro de 2022, a Rússia, sem ter sido agredida, invadiu militarmente a Ucrânia e deu início a guerra.
“Naturalmente, Zelensky tem as posições dele, mas acho que assim vamos progredindo. Neste momento, é preciso que haja um grupo de países que esteja trabalhando no assunto, discutindo com um e com outro, para que Ucrânia e Rússia possam conversar”, disse o ex-chanceler. Após a reunião com Amorim, o vice-ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Melnyk, afirmou que “o Brasil pode desempenhar um papel importante para deter a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa”.