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Suspeito de omissão

Anderson Torres fica em silêncio durante interrogatório à Polícia Federal

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres está preso desde sábado em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres optou por não responder às perguntas feitas durante seu interrogatório, realizado pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (18), informou a GloboNews. O procedimento ocorreu no 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), nos arredores de Brasília, onde ele está preso desde sábado (14), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre as invasões às sedes dos três Poderes.

Anderson Torres é investigado pela suspeita de que teria deixado, intencionalmente, de prover a proteção necessária para impedir os atos de vandalismo no Congresso, no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 8. Na semana anterior, ele havia assumido o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, mas tirou férias e viajou para os Estados Unidos na véspera dos atos. Para Moraes, houve "omissão dolosa".

Enquanto estava no exterior, durante busca e apreensão na casa de Torres, em Brasília, a PF encontrou uma minuta de decreto, preparada para ser assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que determinava um Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para restabelecimento da lisura das eleições – os investigadores consideram que seria uma tentativa de intervenção na Justiça Eleitoral para anular o resultado da eleição presidencial, de modo a reverter a derrota de Bolsonaro.

Desde o ato de vandalismo às sedes dos Poderes, Torres tem se defendido publicamente por meio de postagens no Twitter. No dia 9, em nota, afirmou que, de férias com a família, foi “surpreendido com as lamentáveis cenas que aconteceram na Esplanada dos Ministérios”. “Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos”, afirmou.

No dia 12, após a revelação da minuta do decreto sobre o Estado de Defesa, Torres afirmou que o papel estava numa pilha de documentos guardada em sua casa para descarte. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim”, postou.

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