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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quinta-feira (20), por unanimidade, o uso emergencial da vacina Coronavac em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos de idade. A agência vetou a aplicação do imunizante em imunossuprimidos, que são pessoas com baixa imunidade. Mas o uso da Coronavac foi liberado para pessoas dessas faixas etárias com comorbidades.
A vacina pediátrica e para adolescentes será a mesma já utilizada em adultos, e a imunização será feita em duas doses aplicadas em intervalo de 28 dias. A solicitação do Butantan era para a aplicação do imunizante a partir de 3 anos. No entanto, a Anvisa liberou o uso na faixa etária a partir dos 6 anos. Há dados mais robustos para a imunização de crianças a partir dessa idade, especialmente do Chile, que já vacina com a Coronavac crianças de 6 anos ou mais. A falta de mais informações sobre o efeito da vacina em crianças e adolescentes imunssuprimidos também foi a justificativa para vetar o uso para esse grupo.
Em dezembro, o Instituto Butantan havia feito um segundo pedido de liberação da Coronavac para crianças e adolescentes à Anvisa. O primeiro tinha sido rejeitado em agosto por falta de documentação.
Votaram a favor da liberação da Coronavac para crianças e adolescentes os diretores Meiruze Freitas (relatora do pedido), Alex Machado Campos, Romison Rodrigues Mota, Cristiane Jourdan, e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.
O Butantan tem 15 milhões de doses do imunizante prontas e disponíveis para iniciar a imunização. Desse total, o governo federal reservou 12 milhões para aplicar em crianças de todo o país assim que a autorização fosse concedida.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já havia dito que o estado começaria a vacinar crianças com a Coronavac minutos após receber autorização da Anvisa. "Nós iniciaremos imediatamente, 15 minutos depois da aprovação da Anvisa, a vacinação aqui em São Paulo", disse Doria na tarde de quarta-feira (19).
A Coronavac é produzida pelo Butantan em conjunto com a farmacêutica chinesa Sinovac e já é usada em crianças na China, Hong Kong, Chile, Equador, Indonésia e Camboja.