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O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que os senadores que integraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid) ainda não entregaram provas de qualquer irregularidade cometida por autoridades durante pandemia. A declaração foi dada na noite de terça-feira (15), durante entrevista para a CNN Brasil.
“Nós recebemos o relatório da CPI com 1.200 páginas onde são descritos fatos e indiciados 12 autoridades com prerrogativa de foro no STF. Naquele momento, a CPI dizia entregar as provas que estariam vinculadas aos fatos de autoria daquelas pessoas indiciadas. Ocorre que não houve a entrega dessas provas”, afirmou Aras. “Recebemos um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas”, destacou.
Segundo o procurador-geral, os senadores da CPI da Covid se comprometeram a entrar todas as provas em dez dias. “Hoje (dia 15) é o oitavo dia. Eu espero que até sexta-feira (18) o senador Randolfe e seus eminentes pares entreguem essas provas para que o Supremo possa preservar a cadeia de custódia, a validade das provas e que não tenhamos nulidades e impunidade em um futuro próximo”, disse.
Ontem senadores da CPI da Covid ameaçam protocolar um pedido de impeachment contra Aras, se ele não encaminhar os pedidos de indiciamento feitos pela comissão. Cabe ao Senado decidir sobre o afastamento de um procurador-geral.
Em outubro do ano passado, os senadores entregaram o relatório final da comissão à PGR pedindo o indiciamento de 80 pessoas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os senadores pressionam Aras a avançar na investigação desde então. O procurador-geral defende que deu andamento em todos os indiciamentos apresentados desde então.