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Durante sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, rebateu os críticos que apontam omissão na investigação de suspeitas levantadas contra o presidente Jair Bolsonaro e ministros do governo. Disse que faz "análise criteriosa antes de tomar as providências cabíveis" e que muitas representações que chegam à Procuradoria-Geral da República veiculam "uma tentativa de criminalização de atos políticos".
Ele citou as investigações sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal; sobre a realização de "atos antidemocráticos"; sobre declarações consideradas "homofóbicas" do ministro da Educação, Milton Ribeiro; sobre suposta omissão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no combate à pandemia; sobre suposto favorecimento a madeireiros por parte do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles; e, por fim, sobre suspeita de prevaricação de Bolsonaro diante de supostas irregularidades na encomenda da vacina indiana contra a Covid Covaxin.
"Em todos esses procedimentos, primeiro nós fizemos uma análise profunda para não criar dificuldades injustas para quem quer que seja", disse Aras. "Acredito que a eficiência na atuação do PGR não deve ser mensurada por proselitismos ideológicos, operações policiais espetaculosas ou embates na arena política. E assim pautei minha atuação na discrição, no diálogo e na compreensão de que cabe ao PGR ficar adstrito ao discurso jurídico, manifestando-se nos autos, conduzindo investigações com rigor técnico. Denúncias açodadas, sem lastro probatório suficientes, depois acabam frustrando expectativas e mesmo desacreditando o sistema de Justiça punitivo. Agrada uma plateia do presente, imediatista e apaixonada, ao custo do enfraquecimento do direito, da justiça e das instituições", afirmou.
Ele negou omissão e disse que evita rebater críticas e acusações divulgadas na imprensa porque considera dever de membros do Ministério Público "manifestar-se nos autos" e "não buscar os holofotes".