CPI atos DF
Marília Ferreira Alencar disse à CPI do DF que os gestores foram avisados com antecedência sobre os riscos dos protestos de 8 de janeiro.| Foto: Marcelo Camargo/EFE

A ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal, Marília Ferreira Alencar, disse nesta quinta (9) que os gestores da pasta foram avisados com antecedência sobre os riscos da mobilização popular para os protestos do dia 8 de janeiro, que culminaram com a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

Aos deputados distritais da CPI aberta na Câmara Legislativa do DF, Marília disse que todas as informações apuradas pela sua divisão foram adicionadas ao Planejamento de Ação Integral de policiamento da Esplanada dos Ministérios. “O que se tinha foi recebido e repassado”, afirmou.

Segundo a ex-subsecretária, os informes da inteligência mostravam a possibilidade de “fatos alarmantes, embora não confirmados” do protesto evoluir para um cenário mais grave.

“No dia 7 de janeiro informamos que havia manifestantes com ânimos exaltados e dispostos a enfrentar as forças de segurança. Avisamos isso várias vezes”, afirmou Marília relatando, ainda, que informações sobre o número de ônibus e de participantes e o deslocamento do acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército à Esplanada dos Ministérios eram atualizadas constantemente.

Ao final do depoimento, o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), afirmou que “houve uma falha brutal por parte da PM do DF”, seguido pelo relator, Hermeto (MDB), de que “erraram todos, não só quem estava na atividade fim, erraram da inteligência, do planejamento, todos”.

A CPI da Câmara do DF tinha a pretensão de ouvir, também nesta quinta (9), o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que está preso preventivamente. No entanto, ele não compareceu e uma nova tomada de depoimento foi marcada para o dia 16, em uma sessão reservada.

*com informações da CLDF.