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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quinta-feira (17) contar com uma colaboração de "boa-fé" das Forças Armadas dentro de uma comissão formada por ele no ano passado para fiscalizar o processo eleitoral de 2022.
"A gente presume que vai ser uma colaboração de boa-fé e não um exercício de inteligência para colher informações e nos atacarem. Então, eu nunca presumo o pior das pessoas. Eu estou presumindo que as Forças Armadas estão aqui para ajudar a democracia brasileira, e não para municiar um presidente que quer atacá-la", disse o ministro, durante entrevista à imprensa.
Na semana passada, Bolsonaro disse, durante transmissão ao vivo, que o Exército havia encontrado "vulnerabilidades" no sistema eletrônico de votação, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições. Barroso reagiu e disse, em entrevista publicada no jornal O Globo, no domingo (13), que o Centro de Defesa Cibernética havia apenas encaminhado ao tribunal perguntas sobre a segurança das urnas, que foram respondidas e divulgadas nesta quarta-feira (16) pelo TSE.
Na entrevista à imprensa nesta quinta, ele disse ser "muito possível" que o sistema do TSE esteja sob ataque, mas que, até o momento, não foi identificado algum que tenha comprometido o sistema eleitoral. Disse que o pior ataque ocorreu no primeiro turno das eleições municipais de 2020, quando milhares de acessos simultâneos tentaram, sem sucesso, derrubar o sistema do TSE. No mesmo dia, um hacker conseguiu obter dados cadastrais de um ministro.
"Sou muito convencido de que isso veio aqui de dentro, a coordenação veio aqui de dentro, mas a Polícia Federal não chegou lá", disse Barroso, ao sugerir que os ataques teriam sido orquestrados do Brasil.