O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, prestou depoimento à Policia Federal, nesta terça-feira (14), sobre o caso das joias que foram entregues pela Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, ele disse que a sua comitiva recebeu os itens de oficial do governo saudita como "presentes de Estado", em outubro de 2021.
As informações sobre o depoimento foram apresentadas pela defesa de Albuquerque ao Portal G1. Segundo o advogado, o ex-ministro relatou que não houve direcionamento no país do Oriente Médio para quem as joias deveriam ir, ou seja, "em nenhum momento foi informado a ele que as joias seriam para Jair Bolsonaro ou para Michelle".
O caso das joias veio à tona, no último dia 4, com a reportagem do "Estado de S. Paulo" informando que o governo de Jair Bolsonaro (PL) teria tentado trazer ao Brasil de forma ilegal, sem o pagamento de impostos, joias (colar, anel, relógio e um par de brincos) e um relógio que, somados, valeriam cerca de R$ 16,5 milhões. O ministro da Justiça, Flávio Dino, acionou a PF no dia 6 de março para investigar o pacote de joias e o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou oitiva com Bolsonaro e Albuquerque sobre o caso. Ao tomar conhecimento das investigações, o ex-presidente negou que os presentes do governo saudita fossem para uso pessoal dele e de sua esposa.
Nesta segunda (13), a defesa do ex-presidente informou que ele vai entregar o segundo conjunto de presentes recebido do governo saudita e que teria passado pela alfândega da Receita sem fiscalização. Os advogados dizem, em um documento protocolado no TCU, que Bolsonaro não pretendeu “ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”.
Após o depoimento à PF, Bento Albuquerque deve ser exonerado do conselho de administração da usina Itaipu Binacional ainda nesta semana, conforme confirmou à Gazeta do Povo, o Ministério de Minas e Energia nesta segunda (13).