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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (16), em entrevista à CNN Brasil, que o governo deve marcar uma reunião com representantes do WhatsApp. O objetivo, segundo ele, é discutir o acordo que o aplicativo firmou com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para adiar o lançamento no Brasil, apenas após um eventual segundo turno das eleições deste ano, o recurso Comunidades, que permitirá o envio de mensagens para milhares de pessoas ao mesmo tempo.
“Já conversei com o Fábio Faria [ministro das Comunicações]. Vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar” o acordo. “Se ele [WhatsApp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?”, questionou Bolsonaro, após ser abordado no Guarujá, litoral de São Paulo, onde passa o feriado de Páscoa.
“Vou buscar o CEO do WhatsApp essa semana e quero ver que acordo é esse. Se é para o mundo todo, não posso fazer nada, agora, só para o Brasil, e volta a ser pro mundo todo depois das eleições, quer prova mais clara de interferência como essa na liberdade de expressão?”, indagou o presidente.
Na sexta-feira (15), durante em motociata realizada em São Paulo com apoiadores, Bolsonaro já havia criticado o acordo do WhatsApp com o TSE, dizendo que a medida não seria cumprida, embora não tenha deixado claro de que forma isso seria feito. Neste sábado, ele voltou a dizer à CNN que o acordo é “inaceitável” e “inadmissível”.
“Essa última informação agora que o WhatsApp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, [por que] apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições?”, disse.
Para ele, a decisão fere a liberdade de expressão. “Não vai ser um acordo com o TSE que o WhatsApp vai fazer e vai impor a toda a população brasileira. Para Bolsonaro, “no Brasil, ou o produto está aberto para todo mundo ou tem restrição para todo mundo”, referindo-se ao WhatsApp.