O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu nesta quinta-feira (2) uma declaração feita pelo seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos). Mais cedo, o ex-juiz afirmou em que o chefe do Executivo comemorou a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2019. "O que a gente sabia é que o Planalto, o presidente comemorou quando o Lula foi solto em 2019 porque ele entendia que aquilo beneficiava ele literalmente", disse o ex-juiz da Lava Jato em entrevista à rádio Jovem Pan Paraná.
Bolsonaro classificou Moro como um "mentiroso deslavado" pela declaração. "Esse cara está mentindo descaradamente. Dizer que eu comemorei quando o Lula foi solto porque isso seria bom politicamente para mim... Pelo amor de Deus. Falta de caráter. Saiu do governo pela porta dos fundos, traindo a gente, querendo trocar o chefe da Polícia Federal pela indicação ao Supremo", disse durante a live semanal.
O presidente ainda relembrou que logo depois da publicação da série de reportagens conhecida como Vaza Jato, sobre mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato, o ex-juiz estava "muito abatido". O presidente afirmou que levou Moro a uma série de eventos na tentativa de dar "moral" ao então ministro da Justiça. "Eu tive acesso a muita coisa que aconteceu lá, vergonhosas trocas de informações. Tive conhecimento depois", disse o mandatário sobre a Vaza Jato.
"Ele pediu demissão, se não me engano em 22 ou 24 de abril, mas no mês anterior tem uma entrevista dele no programa Roda Viva onde ele enche a minha bola, fala que sempre jogou no mesmo time do presidente", apontou o presidente. Moro deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. "Falta de caráter é o mínimo que posso falar desse cara. Tem o direito de se candidatar e o povo vai saber se merece ou não o voto. Agora, fazer campanha na base da mentira? Aprendeu rápido a velha política, hein, Moro?", disse o presidente.