O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta sexta-feira (29) que pretende conceder reajuste de 5% a todos os servidores públicos ainda em 2022, ano em que deve disputar a reeleição. Em resposta às críticas de algumas categorias em relação ao porcentual, ele disse que “não dá para dar mais do que temos no momento”. As declarações foram feitas em entrevista à Rádio Metrópole, de Cuiabá (MT).
“Qual é a sugestão aqui? Daria 5% para todo mundo e o topo de vocês chegaria no topo do agente da PF. É o que está sendo discutido agora”, disse Bolsonaro referindo-se ao quadro da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que reivindica aumento superior aos 5%. “Sobrou 5% para todos os servidores”, acrescentou o presidente, que se disse “amarrado”.
Ele pediu ainda a quem critica a decisão que apresente alternativas. “Parece que desagrada a todo mundo. Alguns falam: ‘então dá zero’. Não pode fazer isso aí, tem muita gente que, se for nessa linha, 5% interessa a eles”, declarou. “Quero ajudar a todos os servidores do Brasil. Sempre defendi o reajuste. Mas não tem como dar mais do que temos neste momento. Custa R$ 7 bilhões.”
A projeção é que a medida custe R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos apenas em 2022. No Orçamento deste ano, o governo estimou para reajustes e restruturações nas carreiras públicas R$ 1,7 bilhão. Assim, o reajuste de 5% deve fazer com que outros setores da administração federal percam verbas por causa da limitação imposta pelo teto de gastos. Por se tratar de ano eleitoral, a data-limite para conceder o reajuste é 4 de julho, 180 dias antes do fim do mandato do presidente.