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Terras indígenas

Bolsonaro indica que se STF acabar com marco temporal, tomará decisão contrária

Jair Bolsonaro em Goiânia
Durante discurso em Goiânia, Jair Bolsonaro disse que se critério para demarcações mudarem, haverá risco para a segurança alimentar (Foto: Alan Santos/PR)

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O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (28), em Goiânia, que se o Supremo Tribunal Federal (STF) acabar com o marco temporal -- critério que só garante a indígenas terras que ocupavam até a promulgação da Constituição de 1988 -- tomará uma decisão que "interessa ao povo brasileiro". A Corte retomará o julgamento da questão na próxima quarta-feira (1º).

Bolsonaro não adiantou nem detalhou exatamente que o fará, mas antes, criticou a possibilidade de mudança. "Isso, caso aprovado, ao arrepio da nossa Constituição, podemos de imediato, ter uma decisão judicial para que se demarque no Brasil uma área equivalente à região Sul do nosso Brasil. Imaginem mais uma área, somando-se aos 14% de áreas já demarcadas, isso simplesmente inviabilizaria nosso agronegócio. Nós praticamente deixaríamos de produzir, de exportar e entendo pela dimensão do fato, sequer teríamos como garantir nossa segurança alimentar", afirmou.

"Caso isso aprovado, eu tenho duas opções, não vou dizer agora, mas já está decidida qual é essa opção, é aquela que interessa ao povo brasileiro, é aquela que está ao lado da nossa Constituição", completou em seguida.

O julgamento sobre o marco temporal começou na última quinta (26), com o voto do ministro Edson Fachin. Relator da ação, ele já havia adiantado sua posição em junho, quando proferiu liminar suspendendo todos os processos de demarcação. Ele é contra o marco temporal, por considerar que muitas tribos expulsas de territórios não têm como comprovar que ocupavam-nas até 1988.

Nesta semana, milhares de indígenas chegaram a Brasília para protestar pelo fim do marco temporal. Produtores rurais pressionam o STF pela manutenção do critério. Dentro da Corte, há expectativa que um dos ministros peça vista e adie a decisão.

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