O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira (30) ter qualquer influência sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), após a Polícia Federal apontar suposta interferência da agência em uma investigação contra Jair Renan, filho do mandatário.
"Investigue. Não compare meus filhos com os do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem de ser investigado, agora parem de massacrar… Não sei. Não tenho influência sobre a Abin, ela faz seu trabalho", disse Bolsonaro a jornalista ao deixar um evento, em Brasília.
Em março do ano passado, Jair Renan e seu preparador físico, Allan Lucena, se tornaram alvo da PF por suspeita de terem facilitado o acesso de um empresário interessado em contratos com o governo federal. Segundo reportagem divulgada nesta terça pelo jornal O Globo, a PF afirmou em relatório que a Abin atrapalhou a investigação contra Renan.
De acordo com a publicação, um integrante da Abin, que atuava vinculado diretamente a Alexandre Ramagem, então comandante da agência, teria recebido uma missão de um auxiliar do chefe do órgão de inteligência para levar informações sobre o inquérito envolvendo Jair Renan com o objetivo de “prevenir riscos à imagem” de Bolsonaro. O agente envolvido foi flagrado durante a missão e afastado do cargo 13 dias após o episódio.
A PF concluiu o inquérito que apurava suspeitas de tráfico de influência de Jair Renan. A corporação não detectou crimes por parte dele ou dos empresários envolvidos. Com isso, ninguém foi indiciado no caso. O relatório final foi enviado à 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Depois disso, o Ministério Público Federal (MPF) deve avaliar se arquiva a investigação ou pede novas diligências.