Jair Bolsonaro ficou mais de 2 horas na sede da Polícia Federal para o interrogatório| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar que teve envolvimento nos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro. Bolsonaro afirmou que sempre "jogou dentro das quatro linhas" e não participou ou ordenou que manifestantes invadissem os prédios dos Três Poderes, em Brasília. As alegações foram dadas, nesta sexta-feira (19), em entrevista à Veja.

Na entrevista, Bolsonaro também chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "senil e ultrapassado", e criticou a forma como o petista tem conduzido o governo desde que tomou posse em 1º janeiro deste ano. "Quero apenas o bem do meu país, apesar de ter uma pessoa no poder que tem um passado triste e fica potencializando coisas que não deram certo lá atrás. Está governando com o fígado. É uma figura senil, ultrapassada. Até o momento, a preocupação dele é dizer que pegou um país destruído. É só a gente ficar quieto que ele faz a nossa campanha para o futuro", afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente tem sido investigado sob suposta alegação de falsificação no seu cartão de vacina e por eventual envolvimento em um plano para um hipotético golpe de Estado. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, foi preso e é suspeito de chefiar o esquema de falsificação de cartões de vacina contra a Covid que beneficiou a mulher dele, Gabriela, e três filhas, além do próprio Bolsonaro e sua filha mais nova, Laura, e outros dois ajudantes de ordens do ex-presidente.

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Na investigação sobre o 8 de janeiro, também comandada pela Polícia Federal (PF), o órgão obteve uma mensagem de WhatsApp na qual o advogado e ex-militar Ailton Barros tenta comunicar a Bolsonaro, em fevereiro do ano passado, que grupos de apoiadores estavam se mobilizando para montar um acampamento em Brasília, no dia 31 de março de 2022, para tentar forçar a saída dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o achado, investigadores tentam ligar o ex-presidente aos atos.

Bolsonaro negou qualquer envolvimento com os acontecimentos daquele dia e afirmou que nunca planejou dar um golpe. "Desde que assumi, sou acusado de tentar dar um golpe. O que eu fiz desde o começo, e arranjei inimizade por causa disso, foi repetir que “nós temos que jogar dentro das quatro linhas”", disse à Veja. O ex-presidente disse que pessoas à sua volta estavam "revoltadas" com a perseguição do Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele, mas que a ideia de um golpe de Estado não passou de um "desabafo".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]