O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou, nesta quarta-feira (12), a criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O chefe do Executivo acusou os ministros de ameaçar e cassar "liberdade democráticas". Bolsonaro disse ainda que Moraes e Barroso defendem a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Quem é que esses dois pensam que são? Quem eles pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão? Por que eles não querem assim? Porque eles têm um candidato. Os dois, nós sabemos, são defensores do Lula. Querem o Lula presidente", disse Bolsonaro em entrevista para a Gazeta Brasil.
No ano passado, o presidente intensificou as críticas ao Supremo, principalmente a Moraes e Barroso. Nos atos de 7 setembro, Bolsonaro chegou a dizer que não cumpriria mais as decisões de Moraes. Dois dias depois, o mandatário recuou e divulgou uma carta para tentar conter a crise institucional. Hoje, ele afirmou que Moraes "joga fora das quatro linhas da Constituição" por defender a cassação do registro de quem disseminar desinformação contra adversários nas eleições.
Bolsonaro foi questionado sobre um artigo em que Barroso defende a regulação das redes sociais e cita "milícias digitais" e "terroristas verbais". O presidente afirmou que o ministro entende de "terorrismo" por ter atuado na defesa de Cesare Battisti, condenado por quatro assassinatos. "De terrorismo ele [Barroso] entende. Ele defendeu o terrorista Cesare Battisti, italiano que matou quatro pessoas de bem", afirmou Bolsonaro.