O governo Lula não aceitou aderir à declaração final da Cúpula pela Democracia promovida pelos Estados Unidos. O governo brasileiro não teria concordado com o foco na guerra e a “utilização” do documento para condenar a Rússia pela invasão à Ucrânia, informou o jornal O Globo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma carta aos organizadores do evento e afirmou que a “bandeira da defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões”.
O mandatário disse ainda que “diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos”. Em fevereiro, a invasão da Ucrânia pela autocracia russa completou um ano. A cúpula condenou "as consequências humanitárias da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia”.
A declaração ainda cita nominalmente o presidente russo, Vladimir Putin, e os signatários dizem apoiar "fortemente a responsabilização pelos crimes mais graves sob o direito internacional cometidos no território da Ucrânia através de investigações apropriadas”.
O Brasil, apesar das pressões de americanos e europeus, deve manter sua posição e não assinar a declaração argumentando que segue a Carta das Nações Unidas. Na ONU, o governo brasileiro já se opôs a sanções e envios de armas à Ucrânia, por considerar que a competência para essas decisões são do Conselho de Segurança. Além disso, o Brasil foi contra a expulsão da Rússia de organismos internacionais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT).