O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reiterou que o Brasil não enviará munição para tanques à Ucrânia. A declaração foi feita nesta sexta-feira (17) durante a 59ª Conferência de Segurança, em Munique, na Alemanha. O evento reúne mais de 40 líderes mundiais.
Na avaliação do governo brasileiro, a medida seria entendida como uma participação do Brasil na guerra, informou a Agência Brasil. "Em vez de participar de uma guerra, preferimos falar de paz", disse o chanceler. Vieira enfatizou a disposição do país de participar de uma mediação para se chegar a uma trégua e depois negociar a paz: "O Brasil está pronto para ajudar sempre que possível", afirmou.
A Alemanha pediu ao Brasil que repassasse aos ucranianos munições para tanques de guerra do tipo Leopard 2. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não autorizou a operação. "Eu não quis mandar [munição], porque se eu mandar, eu entrei na guerra. E eu não quero entrar na guerra, eu quero acabar com a guerra. Esse é meu dilema e o meu compromisso", disse o presidente em entrevista à CNN americana, no último dia 10. Lula defende a criação de um grupo para negociar a paz entre Ucrânia e Rússia.
Na Alemanha, Mauro Vieira já teve encontros bilaterais com representantes da Bósnia e Herzegovina, do Canadá, da Colômbia, Eslovênia, de Malta, da República Dominicana, do Reino Unido e da Suíça, bem como com o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Criada em 1962, a Conferência de Segurança de Munique tornou-se um dos principais foros globais de discussão e reflexão sobre os desafios à paz e à segurança internacional. A agenda do ministro Mauro Vieira continua neste sábado (18), quando participa do painel Defending the UN Charter and the Rules-Based International Order, além de participar de novos encontros bilaterais.