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A descoberta de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém recursos em empresas do tipo offshore sediadas em um paraíso fiscal acabou por evitar que ele fosse efetivamente chamado a prestar depoimento à CPI da Covid do Senado, apesar de ter sua convocação aprovada pela comissão. A afirmação foi feita pelo vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo o parlamentar, o caso das offshores fez com que a prioridade para ouvir Guedes fosse redirecionada a outros órgãos do Senado, como a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). A expectativa agora é que CAE e CTFC agendem uma audiência conjunta para ouvir Guedes sobre o caso.
Guedes havia entrado no radar da CPI após o depoimento da advogada Bruna Morato, que defende médicos que trabalharam para a Prevent Senior. Morato trouxe à comissão, na avaliação de Randolfe e de outros senadores que fazem oposição ao governo Bolsonaro, elementos que aproximam o ministro da Economia do chamado "gabinete paralelo", estrutura informal que influenciou em decisões de combate à pandemia.