Nas duas últimas semanas 8.455 pessoas já foram vacinadas contra a meningite nas regiões da Vila Formosa e Aricanduva, na zona leste de São Paulo.
Nas duas últimas semanas 8.455 pessoas já foram vacinadas contra a meningite nas regiões da Vila Formosa e Aricanduva, na zona leste de São Paulo.| Foto: ATILA ALBERTI/Tribuna do Paraná

A prefeitura de São Paulo declarou nesta semana um surto de meningite nos bairros Vila Formosa e Aricanduva, localizados na zona leste da capital paulista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foram contabilizados cinco casos da doença meningocócica do mesmo tipo C na região no período de 16 de julho a 15 de setembro. Uma mulher de 42 anos morreu no dia 2 de agosto. Também foram infectados um bebê de apenas dois meses, dois jovens de 20 e 21 anos e em um idoso de 61 anos.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), imediatamente após as notificações dos casos, foram desencadeadas ações de prevenção e controle pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), como o fornecimento de medicamentos preventivos para pessoas consideradas próximas, como parentes ou habitantes da mesma casa dos cidadãos acometidos pela doença, além da intensificação vacinal na região, com a imunização de moradores dos dois distritos da zona leste que têm entre três meses e 64 anos de idade, inclusive com busca ativa. Já foram vacinadas 8.455 pessoas na região nas duas últimas semanas.

“Em razão do atual surto localizado nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, a SMS ressalta que a intensificação da vacinação contra a meningite está sendo feita na área de abrangência de quatro Unidades Básicas de Saúde (UBSs) locais: UBS Formosa II, Assistência Médica Ambulatorial (AMA)/UBS Integrada Guarani, UBS Jardim Iva e UBS Comendador José Gonzalez. Para receber a vacina, pessoas que residem nessa região devem apresentar comprovante de endereço. No caso de quem trabalha nas proximidades, basta apresentar comprovante trabalhista, como crachá, holerite, carteira de trabalho atualizada ou declaração com nome da empresa, endereço e carimbo”, diz a pasta.

Neste ano, foram registrados outros dois surtos localizados de meningite meningocócica na capital. O primeiro foi registrado entre os meses de janeiro e março, no Jardim São Luís, onde ocorreram três casos, sendo que duas pessoas morreram. No segundo, entre os meses de maio e junho, na região do Pari, foram dois casos, com um óbito. A SMS esclarece que se considera surto da doença meningocócica quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo tipo em um período de 90 dias na mesma localidade. Na região do Pari, embora tenham ocorrido menos de três casos, foi classificado como surto em razão do número de casos relativo ao tamanho da população local.

Somente em 2022 a cidade de São Paulo registrou 56 casos de meningite e um total de nove mortes provocadas pela doença. Dentre os sintomas estão febre, dor de cabeça prolongada, vômito, fraqueza, sonolência e rigidez na região da nuca. A vacinação é o principal meio de prevenção. “Cabe esclarecer que em toda a cidade o número de casos diminuiu neste ano na comparação com 2019, ano anterior à pandemia de Covid-19. “Durante o mesmo período de 2019 (janeiro a setembro) foram registrados 158 casos da doença, ou seja, uma redução de 64,5% no âmbito geral. O número de óbitos decorrentes da doença também registrou queda. Foram nove, ao todo, neste ano até o momento, ante 28 em 2019”, diz a prefeitura.

“É fundamental que pais e responsáveis mantenham a vacinação de seus filhos em dia para protegê-los das chamadas doenças imunopreveníveis, como meningite meningocócica, poliomielite, difteria, coqueluche, sarampo, caxumba, entre outras. Vacinas salvam vidas e isso ficou ainda mais evidente na pandemia de Covid-19”, afirma o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, em nota encaminhada pelo órgão.

Como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês aos 3, 5 e 12 meses. O de meningite meningocócica ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade (a vacinação foi ampliada no último dia 19 também para adolescentes de 13 e 14 anos, até junho de 2023, conforme definição do Programa Nacional de Imunizações).