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Ex-presidente da República (1990-1992) e atual senador pelo Pros-AL, Fernando Collor de Mello fez alertas ao presidente Jair Bolsonaro neste sábado, ao relembrar o próprio processo de impeachment.
“Eu incorri no mesmo erro que o atual presidente está incorrendo, a falta de base parlamentar”, afirmou em entrevista à CNN Brasil. “Eu não dei a devida atenção à construção de uma base sólida no Congresso para me garantir a governabilidade e a sustentação no poder”, disse.
Naquele momento, lembrou Collor, tomou um “ato extremo”: se apoiar em um apoio popular convocando uma marcha em verde amarelo, mas que as pessoas “saíram às ruas de preto”.
Dicas de Collor a Bolsonaro
O senador recomendou que Bolsonaro “faça política pelos canais institucionais, que são os partidos políticos” e evite o “toma lá dá cá” que, nas palavras de Collor, são entendimentos que “não são realizados à luz do dia”.
“Esses encontros fora da agenda levam a um desgaste desnecessário”, afirmou, referindo-se ao meio como Bolsonaro vem se aproximando do chamado centrão para garantir a maioria no Parlamento. Para Collor, isso é essencial inclusive para que o presidente consiga melhor diálogo com governadores e prefeitos.
Apesar das dicas de Collor a Bolsonaro, o senador avalia que o momento não é adequado para que o Congresso acate um processo de impeachment: "Temos um inimigo em comum, o coronavírus". Nesse sentido, ele fez ainda outra recomendação ao atual presidente:
"É necessária a união, a começar pelo presidente com governadores e prefeitos, parando com essa rusga e intriga, e partindo para um plano de ação conjunto". E ainda fez outro pedido: "[O presidente] está se distanciado da realidade. Está indo contrariamente à ciência, e à academia. Contra a maioria da população", avaliou.