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A Marinha do Brasil precisou expulsar um navio alemão que "espionava" águas brasileiras. De acordo com informações da própria Forças Armadas, o local onde a embarcação fazia pesquisas irregulares, é rica em recursos como cobalto, níquel, platina, manganês e terras-raras. O episódio ocorreu em abril, mas ao ser questionado sobre o fato em uma comissão na Câmara nesta quarta-feira (17) o comandante da marinha, Marcos Sampaio Olsen, classificou o flagrante como um exemplo de ameaça.
"O navio pra realizar pesquisas em aguas jurisdicionais brasileiras é perfeitamente possível desde que faça o protocolo próprio e seja autorizado, isso no caso do navio em questão não foi observado", disse Olsen durante audiência da comissão das Relações Exteriores e da Defesa Nacional na Câmara dos Deputados.
Durante a comissão, Olsen rebateu afirmações do deputado Ricardo Salles (PL), de que o Brasil não sofria de "ameaças" em suas fronteiras.
As Forças Armadas brasileiras foram informadas da embarcação como "comportamento anômalo" e Olsen informou que o navio teria começado a atracar em Montevidéu, no Uruguai. O comandante, então, determinou o envio de uma fragata para que se dirigisse até a Elevação de Rio Grande, onde barco estava no dia 6 de abril. O local fica próximo do litoral de Santa Catarina, mas a extensão da faixa de mar que pertence ao Brasil na região é objeto de debates internacionais. O Brasil considera o local sua área de influência.
Foi constado que o navio fazia pesquisas no subsolo marinho e, após sua identificação, foi ordenado à tripulação alemã suspender a expedição e se retirar do Brasil. A embarcação era privada e não pertencia à Marinha alemã.