O comandante da Marinha, almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen disse que 40% da esquadra da Marinha brasileira pode ser desativada até 2028 por falta de investimentos. Os navios têm idade avançada e manutenção cara, disse o comandante da Marinha nesta semana para deputados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara.
O comandante da Marinha defendeu a vinculação de 2% do orçamento da Defesa ao Produto Interno Bruto (PIB) a gastos com as Forças Armadas, e não apenas 1,1%, como está hoje. O patamar de 2% é o padrão mínimo recomendado internacionalmente pela Otan (aliança militar ocidental).
A invasão russa à Ucrânia está gerando uma corrida armamentista global. Esse é um dos fatores que torna a revisão da porcentagem necessária, segundo Olsen. A Polônia, que faz fronteira com a Rússia está investindo 4% e os Estados Unidos 3,5%. A Colômbia, na América do Sul, investe 3,5% do PIB.
“O material tem uma vida, a partir de determinado momento ele passa a ser antieconômico”, disse Olsen. Ele disse que atualmente não há combustível, lubrificantes e munição suficientes para uma proteção adequada da costa brasileira. Como exemplo, o almirante afirmou que a Marinha precisa gastar R$ 74 milhões por ano com munições (que são produtos perecíveis), mas só recebeu R$ 6,8 milhões para esse fim.
O ministro da Defesa e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica participaram de audiência pública na Câmara na última quarta-feira (17) e pediram apoio do Legislativo para projetos estratégicos das Forças Armadas.