O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota de repúdio ao tratamento conferido pela CPI da Covid a médicos que prestaram depoimento à comissão. As manifestações dos senadores revelam "ausência de civilidade e respeito", segundo a entidade. Esse desrespeito, diz o CFM, afronta profissionais que têm se desdobrado diariamente na linha de frente do combate à Covid-19.
"A classe lamenta que esses médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação. Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias", afirmou o CFM na nota.
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid ouviu na semana passada a pediatra Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, e nos últimos dias a oncologista Nise Yamaguchi e a infectologista Luana Araújo. As oitivas foram marcadas por interrupções de falas e falta de respeito com as depoentes.
A nota, segundo o CFM, "não significa apoio aos posicionamentos técnicos, éticos, políticos, partidários e ideológicos" dos médicos. "Na CPI, eles responderão por suas ações e omissões, as quais, se forem consideradas indevidas, serão alvo de providências por parte do Ministério Público e de outros órgãos competentes", esclareceu. O Conselho encaminhou a nota (leia na íntegra) ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).