A CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal vai tentar ouvir mais uma vez o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, após o depoimento marcado nesta semana não ser realizado. Ele deveria ter sido ouvido nesta quinta (9) para explicar o planejamento das ações de segurança nos protestos em Brasília no dia 8 de janeiro, que culminaram com a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes.
Segundo a presidência da comissão, Torres deve ser ouvido na próxima quinta (16), às 10h, em uma sessão reservada da CPI sem a presença da imprensa e sem transmissão da TV Câmara Distrital. No entanto, o relator deputado Hermeto (MDB), disse que pode disponibilizar ao público o teor do depoimento.
“O que ele disser reservadamente pode ser publicado”, disse. O presidente da CPI, Chico Vigilante, complementou afirmando que “ele disse que tem muito a falar, quer falar. Nós queremos que ele fale. Não queremos a exposição da imagem dele, queremos as informações”.
À Gazeta do Povo, a defesa de Anderson Torres disse que analisa o requerimento. Na última quarta (8), o advogado Rodrigo Roca disse à reportagem que o ex-secretário tem interesse em falar sobre os atos de 8 de janeiro, mas que não há nada mais a acrescentar além do que já disse à Polícia Federal no começo de fevereiro, em um depoimento de mais de 10 horas.
Para ele, a logística de levá-lo do local onde está preso preventivamente à Câmara Legislativa necessita de um aparato policial (conforme determinou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal) com gasto de dinheiro público.