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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta terça-feira (30) que o governo federal “finge democracia, mas estende tapete para ditadores”. A declaração ocorreu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receber o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e foi feita da tribuna da Câmara dos Deputados.
"Isso é o que cada vez mais a gente vê acontecer nesse governo, que finge democracia, mas que estende o tapete para ditadores. Que finge democracia, mas se cala diante de abusos", afirmou.
Deputados de esquerda questionaram o fato de Dallagnol estar na tribuna para discursar, já que teve seu mandato cassado. “Muito me preocupa que alguns deputados da esquerda defendam a democracia da boca para fora”, afirmou o ex-procurador da Lava Jato. Durante o discurso de Dallagnol houve reações contrárias e a favor do parlamentar.
O deputado afirmou que a Mesa Diretora da Câmara terá a "oportunidade" de dar uma resposta contra a “injustiça” ao analisar a sua defesa, protocolada nesta terça. Ele afirmou que o Brasil vive um desequilíbrio de Poderes, com um Judiciário excedendo suas funções.
“Hoje eu recebi uma intimação da Polícia Federal para ir depor, mas isso passou por cima das prerrogativas parlamentares ao designar dia e hora. Essa decisão, que vocês estão comemorando, arbitrária, não dizia sequer se sou testemunha ou se sou investigado”, afirmou. Procurada pela Gazeta do Povo, a Polícia Federal afirmou que "não se manifesta sobre eventuais tomadas de depoimentos nem sobre investigações em andamento".