O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que o país precisa discutir a qualidade do gasto social em vez de simplesmente querer prorrogar o auxílio emergencial, que custa cerca de R$ 50 bilhões ao mês e não tem lugar dentro do Orçamento da União. Torná-lo permanente demandaria um aumento na carga tributária equivalente a 10 pontos porcentuais do PIB, disse o secretário. Mansueto explicou que a informalidade é muito grande no país e atinge cerca de 40% da mão de obra. "Pegar 40% de mão de obra e jogar num programa social, esse debate nem deveria começar", afirmou em debate virtual promovido pela Verde Asset Management. "Não há espaço para aumentar despesa pública no Brasil." Segundo o secretário, o valor de R$ 600, definido para os três meses de duração inicial do auxílio emergencial, é alto para a realidade brasileira. Prova disso, afirmou ele, é que mais de 90% do público do Bolsa Família migrou para o benefício temporário, mais alto. Mansueto ainda desconversou sobre a reedição do 13º para os beneficiários do Bolsa Família, que teria custo aproximado de R$ 2,5 bilhões. "Vi colega falando em 13º do Bolsa Família. O beneficiário recebeu 18 meses em 3 meses. Eles tiveram coisa muito melhor que 13º", disse o secretário do Tesouro.
“Esse debate nem deveria começar”, diz Mansueto sobre auxílio permanente
- 05/06/2020 21:07
- Estadão Conteúdo